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Nomes, lugares e malocas de dança: unidades sociais entre os Tukano orientais

Resumo

Desde a etnografia pionera de Goldman (1968 [1963]) entre os Cubeo, a maneira de comprender as unidades sociais dos povos Tukano orientais é um dos problemas mais recorrentes na etnologia regional do Alto Rio Negro. Apesar de muitas das etnografias das últimas duas décadas do século XX terem produzido conhecimentos bastante sólidos sobre a estrutura social dos Tukano que mostraram certos traços distintivos e exclusivos dentro do cenário amazônico (por exemplo, a exogamia linguística, a patrilinearidade, clãs ou sibs especializados e ordenados hierarquicamente etc.), esses trabalhos também apontaram certas incongruências e paradoxos relacionados com a discrepância entre um modelo ideal que exalta a hierarquia e a patrilinearidade e uma realidade dinâmica mais afinada com a igualdade e o cognatismo. A busca por respostas a estes paradoxos tem focado, em anos recentes, na compreensão do que é uma unidade social desde a perspectiva indígena. Entre as várias interpretações, surgem novas ideias sobre o caráter fractal (multiescalar) de ditas unidades, tomando a maloca como modelo, e sobre suas atualizações a partir de nomes, lugares, rituais e conjuntos singulares de narrativas que estão a serviço da criação permanente de diferenças, as quais produzem disputas e mudanças dentro das relações de parentesco.

Palavras-chave
Tukano oriental; Noroeste amazônico; Parentesco; Ritual; Maloca

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