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Kin on the Wing: padrões de residência, mobilidade e aliança no grupo de caçadores-coletores Achê

Resumo

Este artigo apresenta um panorama estrutural e histórico do parentesco de um grupo de caçadores-coletores Tupí-Guaraní, os Achê (Guayaki) do Paraguai oriental. Começo com uma discussão das características distintivas da terminologia do parentesco dos Achê, descrevendo a sua tensão característica entre as dimensões de geração e de cruzamento, para depois considerar argumentos para as transformações históricas que casos semelhantes nas terras baixas da América do Sul oferecem. O caso dos Achê mostra que a ‘hawaiianização’ de termos na geração do ego não implica necessariamente uma endogamia voltada para dentro, como argumentaram alguns antropólogos (Dole, 1969; Wagley, 1977). Ao descrever a rede de grupos coletores Achê como uma forma de organização de parentesco baseada na residência, mostro que a ‘hawaiianização’ não é apenas perfeitamente compatível com a criação de alianças a grandes distâncias (Asch, 1998; Ives, 1998; Hornborg, 1998), evidenciando que a ‘hawaiianização’ e o casamento distante funcionam juntos. Em várias partes, destaco os dados semânticos, etnográficos e históricos. Embora esses dados estejam fora do escopo da análise filogenética realizada em outras contribuições para este número especial, eles podem, no entanto, ser relevantes para algumas afirmações presentes nesta edição.

Palavras-chave
Parentesco; Fusão bifurcada; Caçadores e coletores; Residência; Aliança

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