O artigo analisa a singularidade de Antonio Lopes Mendes (1835-1894), agrônomo português que viajou por seu país e pelo mundo (especialmente Índia e Brasil) integrando missões científicas e comerciais. Essa experiência resultou em abundante material textual e iconográfico, ainda pouco estudado. Como outros 'homens de ciência' e politécnicos de seu tempo, Lopes Mendes demonstrou notória sensibilidade para a expressão visual, realizando estudos comparativos com a 'imparcialidade' e a 'singeleza' de seu traço. Desenhista atento, meticuloso e prolixo, ele esteve no Brasil entre 1882 e 1883, quando percorreu várias províncias do país e, mais detidamente, a região Norte. As descrições textuais e visuais que compõem suas observações de campo nos ajudam a compreender a interdisciplinaridade do conhecimento científico, assim como sua constituição e comunicação pelas artes visuais no século XIX.
Expedições; Viajantes; Artes visuais; Desenhos; Geografia; Coleção Geyer