O artigo discute as características do sistema de comunicação midiática presente na região amazônica, observando como redes de televisão, emissoras de rádio, jornais impressos e ações de comunicação comunitária e popular atuam, construindo estratégias de reprodução social de modelos hegemônicos ou, alternativamente, ensaiando processos contra-hegemônicos. Pretende-se um estudo de economia política da comunicação, substancializado com uma aproximação ao fenômeno da intersubjetividade, por meio da qual se pretende compreender mais adequadamente as peculiaridades amazônicas na cena midiádica brasileira. A perspectiva teórico-metodológica adotada procura discutir o papel de sistemas e da ação sistêmica no contexto de uma guinada culturalista da economia política da comunicação. São identificadas oito macrodinâmicas presentes na comunicação midiática da Amazônia: a lógica sistêmica na disputa pelo capital comunicativo; a dinâmica geoespacial dos mercados; a percepção da função comunicativa em sua dinâmica estritamente mercadológica; a complexidade local do fenômeno do 'coronelismo eletrônico'; o predomínimo da 'função de propaganda'; a lógica de exclusão da comunicação comunitária; o papel do 'objeto amazônico' na aferição do capital comunicacional; e o papel regional da comunicação religiosa.
Comunicacão; Mídia; Economia política; Política de concessões em radiodifusão; Relações de poder; Amazônia