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Revisitando a negação padrão pós-verbal nas línguas Jê

Resumo

Nas línguas Jê, os negadores padrão tendem a ocorrer na posição pós-verbal. Este artigo pergunta por que isso deve ser o caso e, portanto, discute análises anteriores, relacionando os negadores padrão Jê a verbos negativos ou a posposições privativas. Argumenta-se que essas duas possibilidades não são necessariamente mutuamente exclusivas. Em particular, sugerimos que um negador existencial pode vir a ser reanalisado como um negador privativo. Também argumentamos que, caso a origem do negador padrão seja um verbo com o significado de ‘terminar’, pode se tratar de um cenário semelhante ao chamado ‘Ciclo Negativo Existencial’. Em ambos esses cenários, o negador existencial serve para negar a existência de um estado de coisas, posteriormente transformando-se em um negador padrão. Mas, enquanto no Ciclo Negativo Existencial a expressão da inexistência de um estado de coisas tem por modelo a expressão da inexistência de um objeto, no ‘novo’ cenário, a inexistência de um estado de coisas é derivada do fato de um processo ou evento ter chegado ao fim.

Palavras-chave
Negação padrão; Negação pós-verbal; Línguas Jê; Negação existencial; Negação privada; Negação proibitiva

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