Resumo
Nos últimos anos a colaboração com representantes de comunidades indígenas vem se tornando um assunto importante para museus de antropologia na Europa. O Weltmuseum Wien (antigo Museu de Etnologia em Viena, Áustria) se compromete com essa forma de compartilhar um patrimônio cultural. A coleção brasileira deste museu oferece, assim, grandes oportunidades para apoiar as culturas amazônicas em suas lutas de sobrevivência cultural. Ao mesmo tempo, estabelecer um trabalho colaborativo num museu europeu de uma maneira viável continua sendo um empreendimento difícil. O artigo aborda os projetos que foram realizados nos últimos cinco anos com vários grupos da Amazônia, como os Wari’, Kanoé, Macuxi, Shipibo e Sateré-Mawé. Os projetos – executados na Áustria, no Brasil e na Guiana – abrangeram desde curtas visitas até períodos mais extensos de co-curadoria de uma exibição. Respeitante ao museu, os resultados estão documentados nas coleções, em duas exibições e nos catálogos correspondentes. Menos claro, contudo, é o que as comunidades indígenas puderam levar dessas colaborações. Argumentamos que colaborações com museus conseguem abrir uma nova zona de contato, onde membros das comunidades de origem tornam-se capazes de quebrar o silêncio da antiga zona, para, finalmente, erguer as suas próprias vozes.
Palavras-chave Estudos museológicos; Trabalho colaborativo; Comunidades de origem; Museu de Etnologia de Viena; Coleção Brasil