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Corpo de barro, corpo de gente: metáforas na iconografia das urnas funerárias polícromas

Clay bodies, people’s bodies: metaphors in iconography of Polychrome funerary urns

Abstract

Nos últimos anos, a Etnologia amazônica tem consolidado uma teoria do corpo que propõe uma concepção deste, entre os ameríndios, como uma matriz de relações e transformações entre seres e perspectivas distintas. Esta concepção é tida como um dos pilares da organização cosmopolítica destes povos e perpassa a produção de diferentes linguagens estéticas entre imagens, ritos, cantos, danças e artefatos. Com base nestas proposições, faremos um diálogo entre Arqueologia e Etnologia, analisando a linguagem iconográfica das urnas funerárias da Tradição Polícroma da Amazônia, no baixo e médio Solimões. Tais artefatos podem ser interpretados como corpos, compostos de referenciais humanos e animais bi e tridimensionais e cobertos de grafismos elaborados. Nossa proposta, neste artigo, é interpretar a iconografia destes objetos com base em seus elementos corporais, entre forma e ‘decoração’, discutindo como esses elementos podem trazer noções relativas à produção e à constituição de corpos e agentes sociais.

Palavras-chave
Tradição Polícroma da Amazônia; Urnas antropomorfas; Iconografia

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