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In memoriam: João de Paiva Carvalho. (1903 - †1961)

In memoriam. João de Paiva Carvalho. (1903 - †1961)

Nasceu a 14 de junho de 1903 na cidade do Rio de Janeiro. Abraçou a carreira científica em 1925, quando começou a dedicar-se à ornitologia, mas foi em 1932, ao ser nomeado para o Instituto de Pesca Marítima do Departamento da Produção Animal, da Secretaria da Agricultura que iniciou os estudos de biologia marinha aos quais dedicaria o resto de sua vida.

Entre 1940 e 1945 estagiou no Departamento de Zoologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo sob a direção do Prof. E. Marcus e desde 1937, trabalhou na Secção de Fauna Marítima do Departamento da Produção Animal.

Com a chegada ao Brasil, em 1945, do falecido Prof. Besnard, um pequeno grupo de entusiastas lançou as bases do Instituto Paulista de Oceanografia que se tornou mais tarde o atual Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. Neste grupo de pioneiros teve papel de destaque a figura de João de Paiva Carvalho que chefiou até o dia de sua morte a Divisão de Oceanografia Biológica e, de 1950 a 1961 dirigiu este Boletim, bem como as Contribuições Avulsas do Instituto Oceanográfico. Como todos os pioneiros teve que se lançar simultaneamente em várias atividades e múltiplos campos de estudo, o que constantemente o afastou de seu trabalho predileto: os ectoparasitos dos peixes. Trabalhou principalmente com moluscos, peixes e crustáceos.

Em 1949, por proposta do Prof. H. U. Sverdrup do Norsk Polarinstitut de Oslo, foi incluído na International Comission of Oceanography.

Foi distinguido, em 1957, pela Academia Asiática da Universidade Livre de Ásia com os títulos de Professor Honorário, Membro Correspondente e Doctor Honoris Causa.

Como testemunho da estima de seus admiradores dez espécies receberam a denominação "carvalhoi".

Sua prodigiosa capacidade de trabalho e integral dedicação ao progresso científico fizeram-no produzir 47 trabalhos originais e mais de 150 obras de divulgação. Ao orientar o trabalho de seus colaboradores e dos jovens técnicos do Instituto Oceanográfico, não o fez apenas com o auxílio de sua erudição zoológica, mas, principalmente, com o exemplo de sua dedicação pessoal.

Faleceu a 4 de setembro de 1961, após prolongada moléstia, trabalhando até o último momento de sua laboriosa existência. Tanto os colegas que com ele compartilharam das alegrias e contratempos da formação do Instituto Oceanográfico, como os jovens que se iniciam nesse Instituto, guardarão para sempre a memória do seu exemplo.

O. C. D. F.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Jun 2012
  • Data do Fascículo
    1962
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