Achegas ao Dicionário dos Animais do Brasil, de Rodolpho von Ihering
João de Paiva CarvalhoI; Paulo SawayaII
IDo Instituto Oceanográfico, da Universidade de São Paulo
IIDo Departamento de Fisiologia Geral e Animal. - Fac. Fil. Cien. Letras, da Univ. de São Paulo, Caixa Postal, 2926. São Paulo
- B -
BACÁCA - Nome que, em Manaus, se dá ao Anambé-azul, Cotinga cayana (L.). Ave da fam. Cotingidae.
BABAQUEIRO - Espécie de Cação, conhecido por esse nome no litoral do Estado de São Paulo.
BACALHAU - Nome dado ao Mangangá liso, Nautopaedium porosissimum (VAL.), muito comum em águas brasileiras. Peixe da fam. Batrachoididae.
BACURÁU BRANCO - Ave Caprimúlgida, do norte do Brasil, Chordeiles rupestris rupestris (SPIX). Fam. Nyctibiidae.
BAGRE DE ÁGUA DOCE - Denominação vulgar da espécie de peixe Luciopimelodus platanus GÜNTHER.
BAGRE DE LAGÔA - É a espécie ictiológica conhecida cientificamente por Bhamdia sebae CUV. & VAL.
BALEOTE - Nome que se dá ao filhote de Baleia (Cetáceo).
BANDEIRINHA - Nome dado a borboletas diurnas da fam. Lycasidae, Techla schion L. e T. regalis CHAM., O mesmo que Piraíba.
BARATINHA DA PRAIA - Crustáceo Isopode muito comum nas praias. Não vivem propriamente no mar, mas acompanham a linha da maré. Comem detritos; respiram por meio de brânquias localisadas no abdomen. Apresentam o interessante fenômeno da mudança da cor e do ritmo noturno. No litoral brasileiro ocorre comumente a espécie Ligia exótica (ROUX).
BARIZOS - Denominação vulgar dada pelos índios Napos ao Macaco de cheiro.
BARONA - Espécie de Manjuba ocorrente na bacia fluvial do Parnaíba, E. do Piauí, pertencente, provavelmente, ao gênero Anchoviella.
BARRACA - Caranguejos do gênero Stenorhynchus.
BARRIGUDO - Símios da Amazônia, do gên. Lagothrix. São macacos obesos, de cerca de 60 cms de altura, de pêlo curto, lanudo. Conhecem-se várias espécies: Lagothrix lagothrica peruensis LONNB., vulgarmente conhecido como Barrigudo Comum; L. lagothrica lagothrica (HUMB.), chamado Barrigudo Cinzento. B cinzento-amarelado ou avermelhado, com a cabeça e as extremidades quase pretas, sendo de todos os macacos do Brasil um dos que mais se presta à domesticação, afeiçoando-se às pessoas com que convive, sem o perigo dos outros macacos que mordem quando irritados ou por ocasião do cio; L. infumata (SPIX) é mais escuro e conhecido por Barrigudo Pardo, do Alto Amazonas. Todos estes macacos domesticam-se, mas quando na mata mostram-se atrevidos e irritados. Vide "Caridagueres" e "Caparu". A. Miranda afirma, ao contrário de outros escritores, que os barrigudos sempre são de índole mansa.
BARROSO - Espécie de Cação, Gynglimostoma cirratum (BONNATERRE), também conhecido por Lixa de lei.
BASILISCO - Grande lagarto verde e pardo - Basiliscus americanus - barrado de negro, com a região cefálica, o dorso e a cauda providos de crista, encontrado desde o sul do México até o norte da Amazônia.
BATUIRINHA - Ave pertencente às pequenas espécies de Batuíra, Tringa solitaria solitaria WILSON e Actitis macularia (L.).
BEIJA-FLOR D'ÁGUA - Ave Piciforme, da fam. Galbulidae, ocorrente em quase todo o Brasil, Galbula rufoviridis rufoviridis CABANIS.
BEIJA-FLOR DE BICO VERMELHO - Fam. Trochilidae, da região meridional do Brasil, Chlorostilbon aureoventris berlepschi OLIVEIRA PINTO.
BEIJA-FLOR DE PENACHO - Da região sudeste do Brasil, Stephanoxia lalandi (VIEILLOT).
BEIJA-FLOR DO MATO - Espécie do sudeste do Brasil, Rhamphodon naevius (DUMONT), conhecido, no Ceará, por Beija-flor pardo.
BEIJA-FLOR DO RABO BRANCO - Do centro e do leste do Brasil, Anisoterus pretrei (DELATTRE & LESSON).
BEIJA-FLOR GRANDE - Nome atribuído à espécie Eupetomena macroura simoni HELLMAYR, do noroeste brasileiro. Nome que se dá, também, às galbúlidas Galbula rufoviridis rufovridis CABANIS e G. trombacea ruficauda CUVIER.
BEIJA-FLOR PRETO - Espécie da região leste do Brasil, Melanotrochilus fuscus (VIEILLOT).
BEIJA-FLOR VERMELHO - Espécie da região leste e norte da América Meridional, Chrysolampsis alatus (L.).
BEM-TE-VI CAVALHEIRO - Ave tirânida, Myiodynastes maculatiis maculatus (MÜLLER), da Amazônia.
BEM-TE-VI DO MATO - Ave comum em quase todo o Brasil, Myiodinastes solitarius (VIEILLOT).
BERÓE - Ctenóforos cosmopolitas - Beroe ovata -, dotados de corpo gelatinoso e transparente, de forma cónica, provido de numerosos cílios; boca e faringe muito ampla, dotadas de canais gastrovasculares na zona meridional, com numerosas ramificações. Essa belíssima campânula transparente é comum em quase todas as baías e enseadas, onde aparecem em determinadas épocas do ano. São animais muito interessantes. Na estrutura do corpo mais de 90% correspondem à água.
BESUGO - Nome, provavelmente de origem lusitana, que designa o Pargo. Denominação que se dá, também, em certos lugares, ao Panaguaiú.
BICHA - Diz-se, freqüentemente, de todos os vermes e répteis. Nome que se dá à Onça.
BICHO CABELUDO - Nome atribuído a várias lagartas de borboletas.
BICHO DE CHARUTO - Nome que, no Rio Grande do Sul, designa a larva polífaga do inseto Oiketicus geyeri (BERG.,).
BICHO DE CHIFRE - Nome de várias lagartas de borboletas.
BICHO DE RUMO - Nome de uma borboleta Papilionidae, Papilio anchisiades capys HUBN.,
BICHO DO CACAU - Nome da larva de uma borboleta noturna da fam. Phycitidae, Myelois duplipunctella RAG.,
BICHO DO CAFÉ - Nome da larva de uma borboleta noturna da fam. Lyonetiidae, Leucoptera cofeolla GUER.,
BICHO DO MINEIRO - Designação da larva de uma borboleta noturna da fam. Lyonetiidae, Leucoptera cofeolla GUER., O mesmo que Bicho do Café.
BICO DE FERRO - Ave da fam. Fringillidae, Saltator similis similis LAFRESNAYE & D 'ORBIGNY.
BICO DE LACRE - Ave Passeriforme africana - Estrilda cinerea (VIEILLOT), introduzida no Brasil e perfeitamente adaptada ao nosso clima, sobretudo nos Estados do Rio de Janeiro e S. Paulo onde, de há muito, é encontrada em estado de absoluta liberdade.
BICO MIÚDO - Pássaro da fam. Rostratulidae, das fronteiras do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina, Nycticryphes semi-collaris (VIEILLOT).
BICO DE PRATA - Nome de certos Tiés dos gêneros Ramphocelus e Pipra. Ave Passeriforme.
BICO DE VELUDO - Tanagrida do Brasil meridional - Schistochlamys ruficapillus ruficapillus (VIEILLOT). Ave Passeriforme.
BICO VERMELHO - Nome dado a um Papacapim da região este-meridional do Brasil, Sporophila leucoptera cinereola (TEMMINCK). Ave Passeriforme.
BICUDA - Serpente Colúbrida da série aglifodonte, da subfamília Colubrinae, Uromacerina ricardinii (PERACA), até agora só encontrada em São Paulo. Dá-se esse nome a um exemplar da subfamília Boiginae, da série opistoglifodonte, Rhinostoma guianense (TROSCHELL) própria da zona sub-equatorial e a um representante do gênero Oxybelis, O. acuminatus (WIED), das zonas equatorial e tropical.
BICUDO PRETO - Nome que, na Amazônia, se dá ao Bicudo, Cryzoborus crassirostris maximiliani CABANIS. Ave Passeriforme.
BIRÍ-BIRÍ - Peixe fluvial da fam. Characinidae, Leporinus nigrotaeniattts KER.
BIRÚ-LISTRADA - No norte do Brasil, nome da Cobra-cipó, Eudryas boddaertii (SENTZEN), restrita às regiões setentrional e ocidental do Brasil, indo, porém, até o México.
BLATIDAS - Ordem de Insetos a que pertencem as Baratas.
BIZOGUE - Macaco do Amazonas, Callicebus torquatus purinus THOMAS. Nome que se dá, também, à espécie Callicebus baptista LÖNNBERG.
BÔBO - Nome dado a uma ave Procelariforme do R. G. do Sul, Puffinus puffinus puffinus (BRÜNNICH), ocorrente na costa meridional do Brasil.
BÔCA DE COBRA - Nome que, em Iguape (E. de S. Paulo), designa a Sardinha, Lycengraulis batesii (GÜNTHER).
BÔCA DE SAPO - Em Mato Grosso, designação de Jararaca do rabo branco, Bothrops neuwiedii fluminensis AMARAL, espécie que freqüenta também o E. de Minas Gerais e o norte de S. Paulo.
BÔCA LISA - Bagre fluvial, Tachysurus upsulonophorus (EIGENMANN & EIGENMANN), também conhecido por Papai ou Bagre Papai.
BÔCA NEGRA - Peixe marinho, do Nordeste, da fam. Lutjanidae, gênero Neomaenis.
BOIA - Nome de uma borboleta diurna, da fam. Morphoidae, Morpho hércules DALM.
BOICHUMBEGUAÇÚ - Nome da Cobra coral, Micrurus lemniscatus (L.), da fam. Elapidae. Mato Grosso. Vide Cobra coral e Ibiboca.
BOI DE CARRO - Peixe Actinopterygii, da fam. Loricariidae, conhecido por esse nome no rio Parnaíba, E. do Piauí, Loricaria typus BLEEKER.
BOIOBÚ - Usa-se ê sse nome, na região central e meridional do Brasil, para designar uma serpente Colúbrida da fam. Boiginae, Philodryas aestivus (DUMÉRIL & BIBRON), também conhecida por Cobra verde.
BOIPEMI - Serpente Colúbrida da subfam. Boiginae, Tomodon dorsatus DUMÉRIL & BIBRON, conhecida por esse nome no Brasil Central. Veja-se também Corre-campo.
BOIPINIMA - Na região meridional do Brasil, indica a Cobra coral - Micrurus frontalis (DUMÉRIL & BIBRON). Vide Cobra coral.
BOIPIRANGA - Nome que, no sul e oeste do Brasil designa a Cobra coral, Elapomorphus tricolor DUMÉRIL & BIBRON. Vide Cobra coral falsa.
BOIUBÚ - Nome atribuído a duas cobras do gênero Philodryas, P. aestivus (DUMÉRIL & BIBRON) e P. viridissimus (L.).
BOMBUDAS - Denominação local, da região de Iguapé e Cananéia, aplicada a uma espécie de Manjuba. Trata-se do Engraulida - Anchoviella hubbsi HILDEBRAND, de grande importância econômica para as populações que habitam o rio Ribeira de Iguapé.
BORBOLETA CORUJA - Nome dado a uma borboleta da fam. Brassolidae, Coligo eurilochus brasiliensis.
BORBOLETA CORUJINHA - Nome dado a várias borboletas da fam. Brassolidae, do gênero Opsiphanes.
BORBOLETA ESPELHO - Nome de várias borboletas da fam. Satur. nidae, do gênero Bothschildia.
BORBOLETA RUBI - Borboleta da fam. Nymphalidae, Anaea rhyphea HUBN.,
BOTÃO DE OURO - Sapinho diminuto, habitante de solos húmidos e bromeliáceas, Brachicephalus ephipium, comum no Brasil.
BRANQUINHO - Sob este nome, quase sempre pronunciado no feminino, designa-se, na Amazônia, a espécie Anodus zetior SPIX. Pela mesma denominação é conhecido um representante da subiam. Curimatinae, Acuticurimata macrops (EIGENMANN & EIGEN-MANN), do Ceará
BRAQUICEROS - Divisão dos Diptera, composta de insetos portadores de antênas curtas.
BRAQUIÚRO - Divisão dos crustáceos decápodos providos de abdômen oculto sob o cefalotórax, tais como os Sirís e Caranguejos.
BRIBA - Espécie de Cobra de vidro, Biploglossus fasciatus GOELDI, do extremo norte do Brasil.
BRIOZOÁRIOS - Classe de Tentaculados ou Moluscóides, de água doce e salgada, bem representada no Brasil.
BROCA DO CAFÉ - A êste verbete acrescentaríamos: O nome científico adotado é Hypotenemus hampei (FERRARI). Experiências ultimamente efetuadas sobre a biologia desta praga dos cafèsais demonstraram a grande resistência da larva aos inseticidas. Tem-se estudado também o metabolismo desta larva com resultados bem interessantes.
BROMA - Diz-se das brocas em geral, que atacam as madeiras.
BUGIU RUIVO - Espécie de Bugiu muito característico - Alouatta fusca, do Amazonas, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais.
BÚSSOLA - Nome vulgar de uma borboleta noturna, da fam. Ceratocampidae, Neocarnegia basirei SAHS.,
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
15 Jun 2012 -
Data do Fascículo
Dez 1952