Em São Sebastião, litoral norte do Estado de São Paulo, Brasil, foram monitorados mensalmente dois ambientes de matacões em costões rochosos. Praia Grande e Ponta do Baleeiro, ao longo de 1990 e 1991. As condições ambientais avaliadas foram: temperatura e salinidade da água, hidrodinâmica, capacidade de abrasão da areia acumulada, heterogeneidade ambiental e porosidade das pedras. Foi estudada a comunidade incrustante na superfície inferior de pedras pequenas (20-30 cm² de área na face inferior) e maiores (160-220 cm²) dispostas nos estratos médio e inferior da zona entremarés. Esta comunidade era constituída principalmente por organismos sésseis coloniais (Bryozoa, Ascidiacea, Porifera e Cnidaria, nesta ordem de abundância) ou solitários (Polychaeta e Bivalvia, nesta ordem de abundância). Todos os grupos, com exceção dos ser pulid cos (Polychaeta), apresentaram maior porcentagem de cobertura nos estratos inferiores e nas pedras grandes. A composição específica foi similar nos dois costões estudados, mas várias espécies ocorreram exclusivamente em um determinado nível de maré, ou tamanho de pedra, indicando que estes fatores têm maior influência na distribuição das espécies. A diversidade foi maior na Ponta do Baleeiro, nos estratos inferiores e em pedras grandes, nos dois costões, não havendo nenhum tipo de padrão sazonal de variação.
Comunidade incrustante; Matações; Região Entremarés; Diversidade; Bryozoa; Ascidiacea; Porifera; Serpulidae; Canal de São Sebastião; São Paulo; Brasil