Resumos
Recentemente, na cidade de Curitiba/PR, ocorreu um fato que gerou grande repercussão nacional e suscitou questões acerca da "eutanásia", tema controverso e pouco debatido na população em geral, o que motivou a realização deste artigo. O objetivo do trabalho consiste em analisar aspectos envolvidos no processo de morrer: eutanásia e ortotanásia e sua relação com o princípio bioético da autonomia. Trata-se de revisão reflexiva de literatura tendo como base matéria publicada na imprensa, abordando a visão de um grupo de acadêmicos de medicina a respeito do tema. A eutanásia é considerada uma prática ilegal segundo o Código Penal brasileiro e vai de encontro aos princípios éticos da medicina. A ortotanásia não deve se confundir com aquela prática, encaixando-se como opção legítima a ser adotada por pacientes com doença terminal em intenso sofrimento físico e psíquico.
Eutanásia; Ortotanásia; Distanásia; Bioética; Autonomia profissional; Autonomia pessoal
Recently, a fact that occurred in the city of Curitiba/PR caused a huge national impact and raised questions about euthanasia, a controversial topic that is rarely discussed by the population, what led the realization of this article. The objective of this work is to analyze bioethical aspects involved in death process: euthanasia, orthotanasia and the principle of autonomy. This is a reflective literature review based on an article published in the media that shows the point of view of medical students on this topic. The euthanasia is considered an illegal practice according to national legislation and goes against the medicine principles, since the professionals in this field are trained to work for the maintenance of life. Orthotanasia should not be confused with that practice, and it seems to be the best way to be adopted by patients with terminal diseases and intense mental and physical pain.
Euthanasia; Orthothanasia; Dysthanasia; Bioethics; Professional autonomy; Personal autonomy
Recientemente, en la ciudad de Curitiba/PR, se produjo un evento que generó gran impacto nacional y planteó dudas sobre la "eutanasia", un tema controvertido y rara vez discutido en la población general, lo que ha llevado a la realización de este trabajo. El objetivo de este trabajo consiste en analizar los aspectos bioéticos implicados en el proceso de la muerte: eutanasia, ortotanasia y el principio de la autonomía. Se trata de una revisión reflexiva de la literatura basada en un artículo publicado en la prensa, abordando la visión de un grupo de estudiantes de medicina acerca del tema. Se considera la eutanasia una práctica ilegal según lo que se prevé en la legislación brasileña y está en contra los principios éticos de la medicina. La ortotanasia no debe ser confundida con aquella práctica, adecuándose como una opción legítima a ser adoptada por los pacientes con una enfermedad terminal en intenso sufrimiento físico y psíquico.
Eutanasia; Ortotanasia; Futilidad; Bioética; Autonomía profisional; Autonomía personal
-
1Livrateria E-books. 450 frases fantásticas. [Internet]. Rio de Janeiro: Livrateria; 2013 (acesso 20 maio 2013). Disponível: http://www.livrateria.com.br/media/mconnect_uploadfiles/4/5/450frasesfantasticas_sample.pdf
-
2iqueira-Batista R, Schramm FR. Eutanásia: pelas veredas da morte e da autonomia. Ciênc Saúde Coletiva. 2004;9(1):31-41.
-
3Oliveira HB, Oliveira EFB, Oliveira RZB, Oliveira AMB, Santos MERC, Silva JAP. Ética e eutanásia. J Vasc Br. 2003;2(3):278-82.
-
4Meneses EA, Souza MFB, Baruzzi RM, Prado MM, Garrafa V. Análise bioética do diagnóstico de morte encefálica e da doação de órgãos em hospital público de referência do Distrito Federal. Rev. bioét. (Impr.). 2010;18(2):397-412.
-
5Wijdicks EF. The diagnosis of brain death. N Engl J Med. 2001;344:1.215-21.
-
6Robatto W. Eutanásia: sim ou não? Aspectos bioéticos. 2a ed. Salvador: Empresa Gráfica da Bahia; 2008.
-
7Arus MA, Leite CSM, Teruchkin B. A atitude médica diante da morte em um hospital universitário. Rev AMRIGS. 1996;40(4):243-6.
-
8Bacon F. História vitae et mortis Rio de Janeiro: Vozes; 1963.
-
9Morais IM. Autonomia pessoal e morte. Rev. bioét. (Impr.). 2010;18(2):289-309.
-
10Revista dos Tribunais. Código Penal. 9a ed. São Paulo: Revista dos Tribunais; 2004. p. 848.
-
11Band News. Médica suspeita de mortes em UTI de Curitiba nega acusações. [Entrevista]. Band News; 2013 (acesso 30 abr. 2013). Disponível: http://bandnewsfm.band.uol.com.br/Noticia.aspx?COD=652680&Tipo=227
-
12Azeredo NSG, Rocha CF, Carvalho PRA. O enfrentamento da morte e do morrer na formação de acadêmicos de medicina. Rev Bras Educ Méd. 2011;35(1):37-43.
-
13Beauchamp TL, Childress JF. Princípios de ética biomédica. 4a ed. São Paulo: Loyola; 2002.
-
14Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. Paris: Unesco; 2005.
-
15Guedes HTV. Antes de realizar um procedimento, obtenha, por escrito, a concordância do paciente. Vida e Ética. 2010;1:19.
-
16Ribeiro DC. Autonomia: viver a própria vida e morrer a própria morte. Cad Saúde Pública. 2006;22(8):1.749-54.
-
17Frases famosas. Frases de William Shakespeare. [Internet]. (acesso 19 maio 2013). Disponível: http://www.frasesfamosas.com.br/de/william-shakespeare/pag/9.html
-
18Singer P. Voluntary euthanasia: a utilitarian perspective. Bioethics. 2003;17(5-6):526-41.
-
19Pessini L. Lidando com pedidos de eutanásia: a inserção do filtro paliativo. Rev. bioét. (Impr.). 2010;18(3):549-60.
-
20Goldim JR. Eutanásia. [Internet]. Núcleo Interinstitucional de Bioética; 2013 (acesso 18 maio 2013). Disponível: http://www.bioetica.ufrgs.br/eutanasi.htm
-
21Moritz RD. Ortotanásia: o direito à morte no tempo certo. Ciência Hoje. 2013;301:64-5.
-
22Marton S. Eutanásia: a favor ou contra? Revista Filosofia. 2007;IV(38):16-23.
-
23Persistent Vegetative State. Medical aspects of the persistent vegetative state (1): the multisociety task force on PVS. New Engl J Med. 1994;330(21):1.499-508.
-
24Abraão BS. História da filosofia. São Paulo: Nova Cultural; 1999.
-
25Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Juramento de Hipócrates. [Internet]. (acesso 25 jun. 2013) Disponível: http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Historia&esc=3
-
26Pessini L. Questões éticas-chave no debate hodierno sobre a distanásia. In: Pessini L, Garrafa V, organizadores. Bioética: poder e injustiça. São Paulo: Loyola; 2003. p. 389-408.
-
27Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM no 1.995, de 31 de agosto de 2012. Dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes. Brasília: CFM; 2012.
-
28Pessini L. Distanásia: por que prolongar o sofrimento? Ciência Hoje. 2013;301:61-3.
-
29Castilho EA, Kalil J. Ética e pesquisa médica: princípios, diretrizes e regulamentações. Rev Soc Bras Med Trop. 2005;38(4)344-7.
-
30Kipper DJ. Medicina e os cuidados de final de vida: uma perspectiva brasileira e latino-americana. In: Pessini L, Garrafa V, organizadores. Bioética: poder e injustiça. São Paulo: Loyola; 2004. p. 409-14.
-
31Freud S. Sigmund Freud: obra completa. Rio de Janeiro: Imago; 2009. v. 14.
-
32Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM no 1.931, de 24 de setembro de 2009. Código de ética médica. [Internet]. Brasília: CFM; 2009 (acesso 22 maio 2014). Disponível: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2009/1931_2009.htm
-
33Trisotto F. TJ-PR avalia recurso do caso Virgínia na quinta (20). [Internet]. Londrina: Gazeta do Povo; 2014 (acesso 21 maio 2014). Disponível: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1455286
-
34Rezende JM. Curar algumas vezes, aliviar muitas vezes, consolar sempre. [Internet]. (acesso 18 maio 2013). Disponível: http://www.medicinabiomolecular.com.br/biblioteca/pdfs/Doencas/do-0175.pdf
-
35Kübler-Ross E. Sobre a morte e o morrer: o que os doentes terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e aos seus próprios parentes. 7a ed. São Paulo: Martins Fontes; 1996.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
19 Ago 2014 -
Data do Fascículo
Ago 2014
Histórico
-
Aceito
27 Maio 2014 -
Revisado
10 Fev 2014 -
Recebido
27 Nov 2013