1992 |
Serradura-Russell A15
|
“Ethical dilemmas in dysphagia management and the right to a natural death” |
Discutir os embates bioéticos enfrentados pelo fonoaudiólogo no manejo do paciente disfágico. |
Autonomia; consentimento informado; fim de vida; testamento vital; deglutição; alterações da deglutição. |
Recusa do paciente ao tratamento fonoaudiológico; aceitação das modificações de consistência alimentar pelo paciente capaz; manejo da alimentação do paciente incapaz. |
O fonoaudiólogo não pode decidir a interrupção da nutrição e hidratação artificial (NHA). A família e a equipe multidisciplinar devem analisar as questões éticas, os riscos e os benefícios. |
1996 |
Kirschner KL, Sorties BC 16
|
“Ethical dilemmas in dysphagia practice” |
Discutir dois cenários que contêm muitos dilemas éticos. |
Prática clínica; conflito; disfagia. |
Paciente capaz se recusa a se alimentar e não adere ao tratamento proposto. Um membro da família decide que os serviços do fonoaudiólogo são dispensáveis. |
Fomentar discussões sobre procedimentos médicos, preferências do paciente e família e qualidade de vida. Utilização do Código de Ética do país e ajuda do profissional no processo de tomada de decisão. Decisões éticas sempre geram conflitos. Quanto mais grave for o paciente disfágico, mais frequente serão os embates éticos envolvendo o processo de cuidado. |
2003 |
Sharp HM, Bryant KN 17
|
“Ethical issues in dysphagia: when patients refuse assessment or treatment” |
Revisar critérios para avaliar a capacidade do paciente de fazer escolhas autônomas e participar da tomada de decisão. |
Alterações da deglutição; dieta enteral; tomada de decisão clínica; diretivas antecipadas; retenção e retirada de tratamento. |
Liberação da dieta por via oral; aceitação ou recusa das recomendações clínicas; o desafio de se obter um consentimento informado de pacientes com capacidade limitada de participação na tomada de decisão; responsabilidades do corpo clínico quando o paciente escolhe opções de tratamento de alto risco. |
Equilibrar deveres éticos para respeitar a autonomia dos pacientes; ponderar riscos e benefícios da NHA. Consentimento informado prévio para avaliar a deglutição; avaliação da recusa do paciente e seus impactos. Deve-se consultar as diretivas antecipadas de vontade do paciente sem autonomia para decidir no momento. |
2006 |
Sharp HM 18
|
“Ethical issues in the management of dysphagia after stroke” |
Analisar questões éticas do manejo de paciente disfágico pós-acidente vascular cerebral. |
Diretivas antecipadas de vontade; nutrição e hidratação artificial; alterações da deglutição; tubo de alimentação. |
Uso de via alternativa para alimentação após acidente vascular cerebral; diminuição da capacidade do paciente em escolher ou ter sua vontade respeitada; ausência de diretivas antecipadas. |
Boa comunicação entre a equipe multidisciplinar. Profissionais de saúde e pacientes se beneficiam de diretrizes claras, que incentivam a equipe a resolver os dilemas morais e éticos do cuidado clínico. |
2007 |
Sharp HM, Wagner LB 19
|
“Ethics, informed consent, and decisions about nonoral feeding for patients with dysphagia” |
Discutir requisitos para o consentimento informado à alimentação e à hidratação artificial, oferecendo soluções práticas para questões éticas relacionadas à reabilitação do paciente disfágico. |
Diretivas antecipadas; alterações de deglutição; nutrição enteral; consentimento informado; fonoaudiólogo. |
Ausência de consentimento informado, ou de recusa informada, pelo paciente incapaz; falta de plano de cuidado e diretivas antecipadas de vontade. |
Dilemas éticos podem ser evitados com esclarecimentos à família e ao paciente. Deve-se informar o paciente sobre os impactos negativos da disfagia na qualidade de vida e no estado geral de saúde. O paciente em jejum pode continuar aspirando secreções orais e conteúdo estomacal. Paciente e família podem indicar preferências prévias contra ou a favor do uso da NHA. Fonoaudiólogos devem oferecer um modelo de tomada de decisão que contemple os riscos e benefícios da alimentação oral e da alimentação não oral. |
2012 |
Groher ME, Groher TP 20
|
“When safe oral feeding is threatened: end-of-life options and decisions” |
Discutir a disfagia como manifestação de doenças que antecipam as decisões de fim de vida. |
Pneumonia aspirativa; disfagia; fim de vida; ética médica; fonoaudiólogo; alimentação artificial. |
Problemas envolvendo a segurança da deglutição e a ingestão de alimentos e líquidos para pacientes disfágicos em fim de vida. Existem possibilidades de NHA (consenso em fim de vida)? O paciente, a equipe e a família devem avaliar o comportamento alimentar, importante para a existência humana. Uso do principialismo para orientar a tomada de decisão compartilhada. |
Decisão em fim de vida, principalmente em casos de pacientes impossibilitados de comer pela boca (colocar ou não sonda?). É preciso ponderar riscos e benefícios, considerar preferências e crenças do paciente e viabilizar a autonomia. |
2012 |
Kaizer F, Spiridigliozzi AM, Hunt MH 21
|
“Promoting shared decision-making in rehabilitation: development of a framework for situations when patients with dysphagia refuse diet modification recommended by the treating team” |
Examinar o contexto clínico das modificações de dieta para o paciente disfágico em reabilitação em hospitais; explorar aspectos éticos do algoritmo clínico; discutir experiência dos autores com desenvolvimento e uso da ferramenta. |
Disfagia; tomada de decisão compartilhada; modificação de dieta; ética; reabilitação; aderência; deglutição; alterações da deglutição. |
Processo de tomada de decisão clínica para modificação de dietas para disfagia; manejo da disfagia; recusa de modificação da dieta e não adesão às recomendações da equipe em relação à alimentação por via oral. |
Resguardar a autonomia por meio da tomada de decisão compartilhada. Atendimento centrado no paciente; criação de um algoritmo para ajudar a solucionar os conflitos (recusa ou não adesão à modificação de consistência). O algoritmo melhora a comunicação entre os componentes. |
2015 |
Kenny B 22
|
“Food culture, preferences and ethics in dysphagia management” |
Refletir sobre questões éticas identificadas na prática fonoaudiológica com o objetivo de mostrar algumas das preocupações no manejo da disfagia; examinar o papel do fonoaudiólogo no suporte à autonomia do paciente quando este diverge dos cuidadores em relação a objetivos e valores. |
Clínica; disfagia; cultura alimentar e preferências; fonoaudiólogo; tomada de decisão compartilhada. |
Questões éticas envolvendo a dieta enteral e a modificação de dieta; desvalorização, pela equipe de cuidado, do valor do alimento e dos líquidos ofertados; conflito entre objetivos de bem-estar físico, sociocultural e saúde por conta de preferências alimentares do paciente disfágico. |
Avaliar riscos e benefícios da alimentação por via oral em pacientes disfágicos; manter a escolha individual de forma segura eficaz. O algoritmo para a disfagia é uma ferramenta para promover parcerias e a tomada de decisão compartilhada. |
2019 |
Askren A, Leslie P 23
|
“Complexity of clinical decision making: consent, capacity, and ethics” |
Discutir as bases da tomada de decisão clínica com intenção de minimizar os desconfortos clínicos; aceitar o direito do paciente de recusar líquidos espessados; eliminar a prática de medicina defensiva (paternalismo). |
Ética; consentimento; capacidade tomada de decisão |
Direito do paciente de recusar as modificações de dieta (textura e espessamento de líquidos); não aderência às recomendações da equipe de cuidado sobre a alimentação por via oral ou indicação de via alternativa de curta ou longa permanência. |
Promover o bem-estar do paciente e assegurar sua autonomia. O código de ética profissional diz que o fonoaudiólogo deve utilizar o consentimento informado para garantir escolhas autônomas. |