Análise polínica do mel e pólen estocado por Melipona (Melikerria) fasciculata Smith, 1854 (Apidae, Meliponini), em área de transição Amazônia e Cerrado, Maranhão, Brasil

Resumo

A identificação da flora com potencial meliponícola é fundamental para a preservação das abelhas, além de possibilitar o desenvolvimento de programas de manejo de polinizadores e reflorestamento. Nesse contexto, este estudo teve como objetivo investigar os tipos de pólen encontrados nos potes de mel e pólen da abelha Melipona fasciculata em Arari-Ma, durante o período de agosto de 2022 a julho de 2023. Foram identificados 40 tipos de pólen distribuídos em 18 famílias botânicas, com destaque para Fabaceae (46,15% nos potes de pólen e 37,86% nos potes de mel), Myrtaceae (11,53% em pólen e 13,51% em mel) e Rubiaceae com 7,69% em pólen e 5,40% em mel. Sapindaceae, nos potes de mel, representou 5,40%. As demais famílias apresentaram percentuais menores, sendo 3,84% nos potes de pólen e 2,70% nos potes de mel. Quanto à similaridade, tanto nos potes de pólen quanto nos de mel, foram observados dois grupos distintos. Nos potes de pólen, o grupo A (mai-jun ~ 97%) e o grupo B (fev-mar ~ 99%) se destacaram, enquanto nos potes de mel, o grupo A (mar-abr ~ 98%) e o grupo B (jun-jul-set ~ 98%) apresentaram maiores percentuais. Essas descobertas ressaltam a ampla gama de recursos utilizados pela espécie M. fasciculata, bem como sua preferência por Fabaceae e Myrtaceae, devido à diversidade e disponibilidade dos recursos tróficos. A compreensão da flora meliponícola é fundamental para embasar estratégias eficazes de conservação, que visam não apenas garantir a sobrevivência das abelhas, mas também assegurar a continuidade da produção de mel, um recurso de grande importância para as comunidades locais.

Palavras-chave:
flora meliponícola; melissopalinologia; Tiúba. Baixada Maranhense