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Baru (Dipteryx alata): uma revisão abrangente do seu valor nutricional, alimentos funcionais, composição química, etnofarmacologia, atividades farmacológicas e benefícios para a saúde humana

Resumo

O baru (Dipteryx alata Vogel), Fabaceae, é reconhecido como uma espécie brasileira de ampla distribuição, e suas amêndoas e polpa ganharam destaque comercial devido ao seu valor nutricional. Todas as partes do baru são importantes para o meio ambiente e são utilizadas por comunidades tradicionais no tratamento de várias doenças. Esta revisão fornece uma visão abrangente e atualizada da composição nutricional, aplicações alimentares humanas, usos etnofarmacológicos e propriedades químicas e biológicas de Dipteryx alata, “baru”. Este estudo seguiu as recomendações da metodologia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Estudos foram buscados nas bases de dados Medline (PubMed), Scopus, SciELO e ScienceDirect usando os descritores “Dipteryx alata” OU “baru nut” OU “baru almond” OU “cumaru” OU “Coumarouna”. Os critérios de exclusão incluíram artigos duplicados, artigos de revisão, relatos de casos, comunicações breves, documentos de conferências, acesso incompleto ao texto e artigos não relacionados ao objetivo desta revisão. A busca inicial resultou em 822 artigos, dos quais 127 atenderam aos critérios de inclusão. A amêndoa foi a parte mais extensivamente estudada (59,8%), enquanto as folhas receberam menos atenção (1,6%). A amêndoa de baru é uma fonte rica em proteínas (19 a 30 g.100 g-1), ácidos graxos insaturados (75 a 81%) e aminoácidos essenciais, enquanto a polpa é rica em carboidratos (22,5 a 75,4%), fibra alimentar (4,4 a 41,6 g.100 g-1) e vitamina C (113,48 e 224,5 mg.100 g-1). Compostos fenólicos foram os principais metabólitos, com um maior conteúdo na amêndoa (3,1 a 1.306,34 mg GAE g-1) do que na polpa (186 a 477 mg GAE g-1). Terpenos também foram detectados na amêndoa, polpa e casca. A atividade biológica mais avaliada foi a atividade antioxidante (n = 32,1%), seguida pelos efeitos sobre o estresse oxidativo (n = 12,5%). Portanto, o destaque para o cultivo de baru e a bioprospecção poderiam beneficiar a nutrição e a saúde humana, fortalecer a agricultura familiar em várias regiões do país e favorecer o alcance da Fome Zero e Agricultura Sustentável e Saúde e Bem-Estar na Agenda 2030 da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Palavras-chave:
cumaru; noz; compostos fenólicos; medicina tradicional; bioprospecção

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