Resumo
Aqui, nós avaliamos as relações entre as taxas de infestação de cincos espécies de parasitos monogenéticos em relação aos períodos seco e chuvoso, aos parâmetros orgânicos e inorgânicos da água de dois rios: Jacaré-Pepira e Jacaré-Guaçú, e em relação aos fatores de condição das espécies de peixes hospedeiras: Serrasalmus maculatus e Astronotus crassipinnis, no estado de São Paulo, sudeste do Brasil. Os peixes foram coletados entre os meses de janeiro a dezembro de 2017. Anacanthorus serrasalmi, Amphithecium speirocamarotum e Gussevia asota tiveram maiores taxas de abundância (teste t de Student, p ≤ 0,05) no período chuvoso. Gussevia asota teve sua abundância negativamente correlacionada com o nitrato no rio Jacaré Pepira e com o nitrogênio total e potássio no rio Jacaré-Guaçú. Em relação ao fator de condição dos peixes, foi observado uma correlação positiva com a abundância de G. asota no rio Jacaré-Guaçú e com A. serrasalmi no rio Jacaré-Pepira. No geral, o período chuvoso favoreceu um aumento nas taxas de infestação dos parasitos monogenéticos em seus peixes hospedeiros, especialmente no rio considerado como o mais poluído, o rio Jacaré-Guaçú. Das cinco espécies de parasitos analisadas no estudo, somente Gussevia astronoti e Rhinoxenus piranhus não tiveram nenhum tipo de interação com a sazonalidade, com as variáveis das águas dos rios ou com o fator de condição dos peixes hospedeiros. Por outro lado, G. asota teve interações tanto com os parâmetros da água (nitrato e nitrogênio total) quanto com os fatores de condição dos hospedeiros, que refletiram nas taxas de abundância e de infestação, mostrando que esta espécie é sensível às mudanças no ambiente e que, portanto, pode ser utilizada como um organismo bioindicador.
Palavras-chave:
parasitologia ambiental; bioindicação de efeito; Monogenea; parasitologia de peixes; relação parasito-hospedeiro