Resumo
A citricultura é uma das principais atividades econômicas contribuintes à balança comercial brasileira, sendo a muda cítrica o insumo mais importante na formação de um pomar para a garantia de uma boa produtividade e qualidade dos frutos, a qual depende fundamentalmente da genética escolhida. O presente teve como objetivo analisar a existência de variabilidade epigenética em plantas de laranja Valência sobre porta-enxertos, associadas ou não ao HLB, por meio da quantificação da metilação global de seu genoma, a fim de subsidiar trabalhos de melhoramento genético e produção da cultura. Para tanto, o trabalho foi desenvolvido em casa de vegetação, em delineamento experimental inteiramente casualizado, com 5 tratamentos e 6 repetições por tratamento, sendo cada muda considerada uma repetição, sendo eles: T1 = laranja “Valência” enxertada sobre limão “Cravo”, inoculada com HLB; T2 = laranja “Valência” enxertada sobre citrumelo “Swingle”, inoculada com HLB; T3 = laranja “Valência” enxertada sobre limão “Cravo”, sem inoculação com HLB; T4 = laranja “Valência” enxertada sobre citrumelo “Swingle”, sem inoculação com HLB; T5 = laranja “Valência” em pé franco. Realizou-se a extração do DNA das folhas e em seguida realizou-se o teste de ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), baseada no uso de anticorpos sensíveis à 5-mC., para mensurar a quantificação relativa de metilação global entre os DNAs genômicos da laranja. Uma vez que o tratamento controle (T5) consta da laranja “Valência” em pé franco, pode-se verificar que tanto a técnica de enxertia normal no processo de formação de mudas, quanto a inoculação de borbulhas infectadas com HLB são fatores externos capazes de alterar o padrão de metilação nas plantas avaliadas, inclusive, no processo de desmetilação do DNA, provocando uma resposta adaptativa em associação a expressão de genes antes silenciados pela metilação do genoma.
Palavras-chave:
epigenetica; citricultura; plasticidade fenotípica
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