Resumo
Doenças fúngicas, especialmente as que afetam os sistemas radiculares das plantas, causadas por Rhizoctonia e Macrophomina, são fatores limitantes para obtenção de grande produtividade das culturas. Alternativas ao controle dos fungos com produtos químicos impulsionam a pesquisa de novas opções de compostos bioativos oriundos de plantas. A Attalea geraensis, uma palmeira do Cerrado brasileiro, é rica em flavonoides com ações antifúngicas. O objetivo do trabalho foi identificar as classes químicas presentes no extrato etanólico das folhas verdes de A. geraensis e determinar o potencial antifúngico do extrato frente a isolados de Macrophomina phaseolina (Tassi) Goid. e Rhizoctonia solani J.G. Kühn. Realizou-se a prospecção fitoquímica, desreplicação de flavonoides e atividade antifúngica a partir do extrato etanólico das folhas verdes da A. geraensis, colhida em área de Cerrado do Brasil. Os esteroides, triterpenos, saponinas e antraquinonas estão sendo descritos pela primeira vez para as folhas de A. geraensis. Foram identificados os flavonoides quercetina, isoramnetina, 3,7-dimetilquercetina, quercetina 3-galactosídeo, 5,7-dihidroxi-2-(4-hidroxi-3-metoxifenil)-3-{[3,4,5-trihidroxi-6-(hidroximetil)oxan-2-il]oxi}-4H-cromen-4-ona, ramnazina 3-galactosídeo, keiosídeo e ramnazina 3-rutinosídeo. Destes, somente a quercetina e isorhamnetin já haviam sido identificadas nas folhas da A. geraensis. Os resultados indicam potencial fungistático para a espécie. Infere-se que a diversidade de flavonoides presentes nas folhas de A. geraensis pode ser resultado da ação sinérgica entre fungo e planta ou que haja um efeito antagonista entre os flavonoides e as demais classes químicas identificadas.
Palavras-chave:
indaiá; palmeira acaule; flavonoides glicosilados; fungos fitopatogênicos