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Cladoceras (Branchiopoda) de um estuário tropical no Brasil

O estudo foi realizado no estuário do rio Capibaribe em Recife (Brasil) para avaliar o papel desempenhado pelos cladóceras em um ambiente eutrófico. As amostragens foram feitas mensalmente em 4 estações fixas no período de julho de 1987 a junho de 1988. As coletas foram realizadas com uma rede de plâncton com 65 micrômetros de abertura de malha. Foram identificadas 6 espécies de cladóceras: Penilia avirostris, Diaphanosoma spinulosum, Chydorus barroisi, Ceriodaphnia rigaudi, Ilyocryptus spinifer e Moina micrura. A mais freqüente foi Moina micrura, com 49%. A única espécie marinha foi Penilia avirostris, registrada na estação 1 (próxima à desembocadura), durante as preamares e baixa-mares e no período seco. A densidade média dos cladóceros diminuiu de 329 ind.m-3 (agosto/87, preamar) para 2 ind.m-3 (março/88, preamar) em razão de uma forte carga de poluição química e orgânica recebida pelo estuário. D. spinulosum, M. micrura e C. barroisi ocorreram em todas as estações, apresentando ampla distribuição, principalmente no período chuvoso. C. rigaudi e I. spinifer foram raras, ocorrendo apenas durante o período chuvoso. Os cladóceros tiveram importante papel na teia alimentar planctônica do estuário e a dominância de poucas espécies com pequenas dimensões indicou um ambiente hipereutrófico. O declínio da diversidade de espécies especializadas e o aumento de espécies oportunísticas como M. micrura indicam altos níveis de perturbações antropogênicas.

cladóceras; indicadores; qualidade ambiental; estuário; zooplâncton


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