Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar, por meio de alterações nas brânquias e fígados de Sciades herzbergii, a contaminação ambiental a que os organismos estuarinos estão expostos em duas áreas da Baía de São Marcos - MA. Para este estudo foram selecionadas duas áreas de coleta localizadas na Baía de São Marcos: A1, área próxima ao Complexo Portuário, e A2, área na Ilha dos Caranguejos (incluída na Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense). As coletas foram realizadas nos períodos chuvoso e seco. Foram coletados sedimentos (para análises de elementos traço), águas superficiais (para análises físico-químicas) e espécimes de S. herzbergii (para medidas biométricas e identificação de histopatologia branquial e hepática). Os parâmetros físico-químicos (pH, oxigênio dissolvido, temperatura e salinidade) estiveram dentro dos limites estabelecidos pela legislação brasileira. Arsênio (em A1) e níquel (em A1 e A2) estiveram acima dos padrões legais em ambos os períodos. A maior porcentagem de alterações histológicas nas brânquias (aneurismas, fusão lamelar e descolamento do epítélio) ocorreu na área portuária, nos períodos chuvoso (93%) e seco (74%). As alterações hepáticas (centros de melanomacrófagos e necrose) ocorreram apenas nos espécimes dessa mesma área, nos períodos chuvoso (41%) e seco (36%). Os maiores índices histológicos de alterações branquiais e hepáticas foram registrados em A1. Esse resultado foi ainda corroborado pelo valor de IH total das lesões, que foi maior na área portuária em comparação com A2 (área menos impactada), sugerindo que as condições ambientais naquele local são menos favoráveis ao bem-estar desses organismos. O monitoramento ambiental permanente da área é necessário para controlar os impactos ambientais de forma eficiente.
Palavras-chave:
bagre estuarino; resposta biológica; lesões branquiais; lesões hepáticas
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