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Armazenamento em solo de cerrado e germinação de sementes de Psychotria vellosiana (Rubiaceae)

A regeneração de comunidades vegetais depende em grande parte da capacidade das sementes de se conservarem viáveis no solo. Estudou-se a viabilidade e germinação de sementes de Psychotria vellosiana manualmente enterradas no cerrado, com o objetivo de se conhecer alguns aspectos fisio-ecológicos de sementes dispersas, bem como seu potencial em formar banco de sementes no solo. Amostras de sementes foram colocadas em invólucros de tela de nylon e enterradas no solo do cerrado, em duas profundidades e em dois ambientes diferentes. As sementes enterradas eram periodicamente recuperadas e testadas quanto à sua germinação, juntamente com sementes armazenadas a seco. Em geral houve uma redução da germinação em função do tempo de armazenamento, seja no solo, seja na estocagem a seco, e em alguns ensaios as sementes exumadas germinaram mais rapidamente do que as armazenadas a seco. Em geral o armazenamento no solo favoreceu a viabilidade de sementes não germinadas, em comparação com as armazenadas a seco, e as sementes conservaram-se viáveis por mais de dez meses. A não germinação de sementes viáveis sugere a ocorrência de dormência e/ou a necessidade de um tempo maior de germinação. Constatou-se que parte das sementes germinou enquanto estavam enterradas, sendo maior a ocorrência no período mais chuvoso. A disponibilidade de água no solo pode ser um fator limitante para a germinação no campo de P. vellosiana, e as sementes podem constituir um banco de sementes persistente, já que sementes dispersas conservaram-se viáveis até o próximo período de dispersão.

Psychotria vellosiana; dormência; fisio-ecologia; unidades de dispersão


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