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Cisplatina e ototoxicidade na infância: perspectiva de substâncias otoprotetoras coadjuvantes

Resumo

Cisplatina é um antineoplásico utilizado para o tratamento de diversos tipos de câncer. Dentre os efeitos colaterais está a ototoxicidadeque pode acarretar a perda auditiva bilateral e irreversível. O efeito ototóxico na população pediátrica tem impacto maior ao comprometer a aquisição da linguagem. A descoberta de drogas com efeito otoprotetor e a melhor forma de administrá-las tornaram-se grandes desafios para minimizar o impacto da cisplatina a respeito da função auditiva. O objetivo foi conhecer as drogas otoprotetoras e sua relevância no tratamento preventivo da ototoxicidade mediada pelo uso da cisplatina na infância. A revisão integrativa foi realizada através da consulta as bases de dados Pubmed, Bireme, MedLine, LILACS, SciELO e ClinicalTrials.gov. A estratégia de busca foi realizada ao cruzar os descritores (DeCS e MeSH) e os termos livres. Foram selecionados estudos publicados em inglês, espanhol e português, não havendo restrição do ano de publicação. Posteriormente, os artigos foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Foram encontrados 736 artigos na Pubmed, 431 na Bireme, 425 na MedLine, 6 na LILACS, 0 na SciELO e 4 na ClinicalTrials.gov. Após a análise dos documentos foram selecionados 12 artigos para análise na íntegra. Foram encontradas evidências de 8 substâncias com potencial efeito otoprotetor quando usadas com a cisplatina, as quais tendem a minimizar o impacto do efeito da cisplatina sobre a função auditiva. As substâncias encontradas foram: Amifostina, Dexametasona, Genisteína, Ginkgo Biloba, Licopeno, N-acetilcisteína, Polidatinae Tiossulfato de Sódio. Em geral, essas drogas são aplicadas antes, durante ou depois da infusão de cisplatina, a depender da droga escolhida, com administração de maneira intravenosa, via oral ou por injeções transtimpânicas, agindo como terapia antioxidante. Os efeitos bioquímicos dessas substâncias são relevantes para os seus potenciaisotoprotetores, incluindo a inativação de radicais livres de oxigênio e espécies eletrofílicas de platina. O uso dessas substâncias pode reduzir a ototoxicidade, diminuindo a perda auditiva induzida pela cisplatina e aumentando o conforto de vida, especialmente para crianças.

Palavras-chave:
antineoplásicos; prevenção; ototoxicidade; criança

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