Resumo
O surgimento de resistência bacteriana a antimicrobianos representa uma ameaça significativa à saúde. Para abordar esta questão, explorar a diversidade fúngica em ambientes de água doce na Floresta Amazônica tem potencial na busca de novos antimicrobianos. Este estudo teve como objetivo investigar a produção de metabólitos antibacterianos por fungos aquáticos de lagos amazônicos, especificamente os lagos Juá e Maicá (Brasil-PA). Os isolados fúngicos foram obtidos de fragmentos de madeira submersos nesses lagos, e os extratos de acetato de etila foram avaliados quanto à atividade antibacteriana contra Staphylococcus aureus ATCC 25923, S. aureus (MRSA), ATCC 43300, Escherichia coli ATCC 25922 e E. coli (ESBL) NCTC 13353. Além disso, a toxicidade dos extratos (EtOAc com atividade antimicrobiana) contra fibroblastos humanos MRC-5 foi investigada. O estudo identificou 40 cepas de fungos com triagem antimicrobiana, e os extratos de acetato de etila de Fluviatispora C34, Helicascus C18, Monodictys C15 e Fusarium solani LM6281 exibiram atividade antibacteriana. F. solani LM6281 apresentou a menor concentração inibitória mínima (CIM) de 50 µg/mL contra cepas de S. aureus e CIM de 100 µg/mL contra cepas de E. coli incluindo ESBL. A citotoxicidade (IC50) do extrato (EtOAc) de F. solani LM6281 foi de 34,5 µg/mL. Estudos preliminares da cultura TLC e RNM-H do extrato (EtOAc) de F. solani sugeriram a presença de substâncias da classe dos terpenos, quinonas, fenólicos e flavonoides. Este estudo destaca o potencial de fungos de madeira submersos na região amazônica para produzir substâncias antibacterianas, identificando-os como fontes de novos compostos bioativos com potencial de uso na indústria farmacêutica e na bioeconomia regional.
Palavras-chave:
metabólitos antibacterianos; fungos aquáticos; lagos amazônicos; resistência antimicrobiana; compostos bioativos