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Prospecção fitoquímica e avaliação da atividade antimicrobiana, antioxidante e antibiofilme de extratos e óleo essencial de folhas de Myrsine umbellata Mart. (Primulaceae)

Resumo

A espécie Myrsine umbellata é uma planta nativa do Brasil, tradicionalmente suas cascas são empregadas em fitoterapia no tratamento de afecções do fígado e combate a hanseníase. Portanto, o objetivo do estudo foi realizar a prospecção fitoquímica dos extratos etanólico (EE) e acetônico (EA) por meio de testes colorimétricos e por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) do óleo essencial (OE) das folhas de M. umbellata; avaliar a atividade antimicrobiana frente a dozes cepas padrões ATCCs pela técnica de microdiluição em caldo; o potencial antioxidante pelo método de redução de DPPH e ação antibiofilme pela técnica do cristal violeta e a viabilidade celular foi determinada usando 3- (4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT) com base na densidade óptica. A prospecção fitoquímica dos EE e EA detectou a presença de esteroides livres, alcaloides, flavonoides (flavonas, flavononóis, flavonóis e xantonas) e taninos em ambos os extratos (EE e EA) e de saponinas somente no EE. No OE os compostos majoritários identificados foram elixeno, cariofileno (E), espatulenol, d-cadineno e aromadendreno. O EA apresentou atividade antimicrobiana com valores de CIM e CBM/CFM que variaram de 3,12 a 100 mg.mL-1, destacando sua eficiência sobre a cepa Gram-positiva S. epidermidis. Já EE apresentou potencial antimicrobiano na faixa que variou de 3,12 a 200 mg.mL-1, e a cepa Gram-negativa E. coli foi a mais suscetível. Entretanto, OE apresentou potencial bacteriostático frente às cepas S. Typhimurium, S. Abaetetuba, P. aeruginosa e S. epidermidis. A capacidade de sequestrar radicais livres foi evidenciada no extrato EA com atividade antioxidante de 89,55% e no EE com 63,05%. O potencial antibiofime foi observado no extrato EE que erradicou a biomassa do biofilme maduro de todas as bactérias testadas com elevada atividade (50% a 84,28%) e OE também apresentou efeito antibiofilme sobre o biofilme maduro das cepas E. coli enteroagreativa UEL, S. aureus e S. Enteritidis com percentual de redução de biomassa de 63,74%, 68,04% e 86,19%, respectivamente. Esses resultados indicam o potencial dos extratos e do OE de M. umbellata como fonte de bioativos vegetais para o desenvolvimento de novas estratégias alternativas para o controle de microrganismos resistentes de forma planctônica ou de biofilmes.

Palavras-chaves:
atividade antimicrobiana; atividade antioxidante; biofilme; DPPH; Myrsine umbellata

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