Resumo
O interesse por espécies vegetais com ação antiviral tem crescido exponencialmente e algumas tem sido relatadas como possuídoras de propriedades anti-HIV. Essa pesquisa tem como objetivo realizar o fracionamento fitoquímico biodirecionado pela atividade antirretroviral das cascas do caule da espécie Lafoensia pacari. Trata-se de um estudo experimental in vitro e a metodologia envolve preparo do material vegetal, obtenção do extrato etanólico, fracionamento, purificação, identificação e quantificação das frações, extração ácido-base, ressonância magnética nuclear, teste de inibição da TR do HIV-1 e estudos de docking molecular. A partir do fracionamento biodirecionado pela atividade antirretroviral verificou-se uma maior atividade nas subfrações acetanólica. Com destaque para a subfração acetanólica neutros com 60,98% de inibição de TR e o ácido elágico com 88,61% de inibição de TR e ausência de citotoxicidade. Verificou-se com o teste de citotoxicidade em linhagem de macrófagos que a fração clorofórmica foi mais tóxica que a fração acetanólica. A análise do espectro J-resolvido na região aromática apresentou um simpleto em 7.48 e 6.93 ppm que foram identificados como ácido elágico e ácido gálico respectivamente. A enzima 5TIQ obteve melhor parâmetro de afinidade com o ligante ácido elágico que foi confirmado pelos espectros HSQC-1H-13C. O ácido gálico mostrou-se também favorável a formar interação com a enzima 5TIQ, sendo confirmado através do espectro HSQC-1H-13C. Através da avaliação do PreADMET verificou-se que o ácido elágico é uma molécula promissora pela sua atividade de inibição da TR e parâmetros farmacocinéticos e de toxicidade.
Palavras-chave: antiviral; HIV; docking molecular; macrófagos