A sucessão secundária em áreas degradadas é pouco estudada, principalmente em relação ao acompanhamento dos processos evolutivos por longo período. O objetivo deste trabalho foi de verificar as mudanças qualitativas e quantitativas da vegetação durante o processo de regeneração após fogo em um cerrado com fisionomia de cerradão. A área estudada pertence a uma reserva institucional da CPPSE EMBRAPA, São Carlos, SP, Brasil. No ano de 1981 ocorreu um incêndio de proporções elevadas eliminando todo o folhedo e o dossel. O acompanhamento foi realizado em três parcelas fixas de 2 x 20 m ao longo de vinte anos. Os resultados demonstraram um rápido estabelecimento de indivíduos sucessivamente com plantas herbáceas, arbustivas, lianas e arbóreas, uma grande riqueza em espécies e, depois de determinado tempo, uma regressão em densidade na mesma ordem de estabelecimento. O banco de sementes do solo e o rebrotamento subterrâneo tiveram papel importante na recuperação da vegetação. No processo sucessional ocorreram três fases sucessivas: estabelecimento de plantas; competição intra-específica devido ao reajuste no número de indivíduos por espécies e competição interespecífica com a eliminação de algumas espécies das parcelas. As populações analisadas apresentaram padrões semelhantes de comportamento e a maior ou menor densidade ao longo do tempo refletiu o comportamento ecológico das espécies.
sucessão pós-fogo; cerradão; savana; sucessão secundária