Análise de cor em sementes de urucum (Bixa orellana L.)

Resumo

O Brasil tem se firmado como o maior produtor mundial de sementes de urucum (Bixa orellana L.). Felizmente, o aumento da produção nacional tem sido acompanhado por uma melhoria da qualidade dessa matéria-prima. O urucum é uma cultura típica de pequenos produtores, que em geral usa seu conhecimento empírico para avaliar a qualidade do material que está produzindo. A observação visual da cor das sementes de urucum tem sido considerada padrão de qualidade por muitos produtores. Para avaliar as evidências científicas, o presente estudo avaliou amostras de sementes de urucum de 51 acessos do banco de germoplasma do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), para determinar se existe correlação entre as concentrações de pigmentos com a cor das sementes e a influência da umidade nessa correlação. Foram avaliadas também as correlações entre as concentrações de pigmentos, umidade, lipídios e a cor (L*, a*, b*). Para a avaliação da cor, utilizamos um colorímetro com a medida da cor pelo sistema CIE L*, a*, b*. Apenas a correlação simples entre as variáveis Umidade e Lipídios foi considerada forte, pela classificação usada neste estudo. Quando se remove o efeito da Umidade (correlação parcial), apenas as variáveis bixina e a* apresentaram correlação significativa, considerada fraca pela classificação utilizada. Portanto, mesmo considerada fraca, há uma correspondência entre a cor vermelha das sementes de urucum com a concentração de bixina das amostras estudadas. Contudo, a diferença da cor (ΔE_ab) entre as amostras com maior e menor teor de bixina foi de apenas 1,44. Essa diferença indica que grandes variações nas concentrações de bixina nas sementes de urucum podem levar a pequenas variações de cor, dificultando o uso desse critério para o controle de qualidade desses grãos.

Palavras-chave:  Bixa orellana L.; urucum; colorimetria; bixina; umidade; lipídios