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Prensagem de semente de maracujá: Eficiência da prensagem e qualidade do óleo

Resumo

A produção de suco de maracujá gera cerca de 70% de coprodutos compostos de casca, sementes e arilos, que costumam ser descartados. As sementes consistem em 4% do peso do fruto, com potencial para produzir em torno de 2.500 ton/ano de óleo de alto valor agregado, no Brasil. Neste trabalho, sementes de maracujá de diferentes fabricantes de suco e o efeito da umidade das sementes foram avaliados quanto a qualidade do óleo e eficiência de extração, utilizando uma prensa contínua (expeller) de 100 kg/h de capacidade, sendo que as sementes foram lavadas e secas antes da prensagem. Os principais ácidos graxos detectados foram linoleico (67% a 68%), oleico (16% a 17,4%) e palmítico (11%). A qualidade do óleo e o rendimento do processo dependeram do teor de óleo da semente, da umidade da semente antes da prensagem e das diferentes procedências das sementes. Diferenças significativas foram observadas para estabilidade oxidativa, acidez e dienos conjugados (p<0,05) para óleos obtidos de sementes de diferentes fabricantes de sucos de frutas. Dentre estes, apenas um atendeu aos requisitos da regulamentação brasileira quanto à acidez do óleo (menos de 2%), indicando a necessidade de um processo eficaz de tratamento de resíduos após a obtenção do suco. Em relação à umidade da semente, o maior índice de estabilidade do óleo- OSI (7,4 h) e o menor teor de ácidos graxos livres (0,63%) foram obtidos para o óleo a partir da semente de menor umidade. A recuperação de óleo variou de 78% a 89% e o teor de óleo da torta foi inferior a 8%, mostrando a viabilidade do processo para obtenção de óleo de boa qualidade.

Palavras-chave:
Passiflora edulis; Rendimento de óleo; Ácidos graxos; Estabilidade oxidativa; Umidade da semente; Coproduto

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