Resumo
Entre os produtos da colmeia de abelhas sem ferrão, o mel se destaca por possuir propriedades físico-químicas diferentes do mel produzido pela abelha Apis mellifera. Seu sabor é mais ácido e menos doce, além de naturalmente conter maior porcentagem de água. O mel é um dos produtos mais frequentemente adulterados comercialmente. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo verificar se os testes qualitativos realizados para o mel de A. mellifera também são válidos para o mel de abelhas sem ferrão das espécies Tetragonisca angustula, Melipona quadrifasciata e Tetragona elongata, e se é possível identificar suas adulterações mais comuns: adulterações do mel de abelhas sem ferrão com xarope de milho, açúcar invertido e mel de A. mellifera foram simuladas e testadas com as reações de Lugol, Fiehe e Lund. Para essas três análises, também foi testada a redução do volume da amostra. O teste de Lund não foi efetivo com as amostras de mel das abelhas sem ferrão, pois elas apresentam um maior teor de água, e resultados confiáveis não puderam ser obtidos. Para os outros dois testes, a redução do volume da amostra utilizada foi eficiente. O teste de Fiehe detectou adulteração apenas com xarope de milho. O teste de Lugol detectou adulterações com xarope de milho e açúcar invertido em todas as diluições utilizadas e para todas as três espécies de abelhas sem ferrão. As adulterações por adição de água ou mel de A. mellifera não foram detectadas em nenhum dos testes. Portanto, é possível utilizar o teste qualitativo da reação de Lugol para uma avaliação inicial da qualidade do mel. Como é um teste rápido e de baixo custo, ele permite o desenvolvimento de cadeias produtivas para o mel de abelhas sem ferrão. Assim, a detecção de mel inautêntico pode ser feita por uma abordagem combinada de testes qualitativos como triagem inicial, seguida de testes quantitativos, se necessário.
Palavras-chave:
Controle alimentar; Testes qualitativos; Controle de qualidade; Autenticidade alimentar; Lugol; Lund; Fiehe
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