Um estudo comparativo foi realizado em exemplares de Astyanax scabripinnis paranae, envolvendo a freqüência de indivíduos portadores de cromossomos B e a densidade populacional desta espécie em três trechos consecutivos do córrego da Cascatinha (Botucatu, SP). No primeiro trecho, a população foi estimada em cerca de 212 indivíduos e, entre os 35 espécimes cariotipados, 23 (65,7%) apresentaram um macrocromossomo B; no segundo trecho, a população foi estimada em cerca de 650 indivíduos e, entre os 20 espécimes cariotipados, 2 (10%) apresentaram um macrocromossomo B; no terceiro trecho, a população foi estimada em cerca de 107 indivíduos e, entre os 10 espécimes cariotipados, 1 (10%) apresentou um macrocromossomo B. Uma diferença significativa foi observada na freqüência do cromossomo B presente nas fêmeas (57,1%) em relação aos machos (8,7%) (P = 0,0001). Esses dados sugerem que a freqüência de cromossomos B e a densidade populacional não estão diretamente relacionadas. A hipótese de ocorrência de algum efeito adaptativo conferido pelos cromossomos B aos peixes do primeiro trecho do córrego da Cascatinha é apresentada e discutida