As rochas carbonáticas do Grupo Macaé (Albiano) representam a sedimentação carbonática relacionada ao início da fase drifte na Bacia de Campos. Discutem-se aqui aspectos deposicionais, diagenéticos e estratigráficos das rochas carbonáticas do Grupo Macaé, englobando a porção superior da Formação Quissamã e a porção basal da Formação Outeiro. Análises macroscópicas em testemunhos e microscópicas utilizando-se lâminas delgadas permitiram o reconhecimento de onze fácies sedimentares - nove delas correspondentes à Formação Quissamã e duas à Formação Outeiro. Estas foram agrupadas em cinco associações de fácies, relacionadas às diferentes posições fisiográficas de uma plataforma carbonática. Os bancos carbonáticos estão relacionados à deposição de grainstones oolíticos e grainstones oncolíticos em profundidades rasas, acima do nível de base de ondas de tempo bom (NBTOB). Os baixios oncolíticos ou interbancos foram formados em águas menos agitadas e são caracterizadas pela deposição de packstones peloidais bioclásticos e wackestones, representativos da sedimentação em águas calmas Packstones bioclásticos e wackestone/packstones oolíticos representam depósitos alóctones relacionados ao início do afogamento regional da plataforma que ocorre na porção superior da Formação Quissamã. Wackestones com pitonelídeos e wackestones bioclásticos com glauconita são aqui relacionados a depósitos de água profunda, característicos da Formação Outeiro. As feições pós-deposicionais revelaram a atuação de processos diagenéticos de micritização, cimentação, dissolução, compactação, dolomitização e recristalização, ocorridos nas fases eo- e mesodiagenética. A análise da sucessão vertical das fácies indica a presença de diversos ciclos de raseamento ascendente, empilhados com uma tendência retrogradacional da sequência em direção ao topo (passagem da Fm. Quissamã para Fm. Outeiro).
Rochas Carbonáticas; Formação Quissamã; Formação Outeiro; Fácies; Diagênese