Quarenta e seis amostras de S. maltophilia obtidas de amostras clínicas foram estudadas quanto à produção de protease (caseinase e elastase), atividade hemolítica, adesão a células HEp-2, ao plástico e ao vidro. A sensibilidade aos agentes antimicrobianos também foi avaliada. A maioria das amostras foi obtida de secreções do trato respiratório de pacientes em uso de "dispositivos" médicos. Todas as amostras foram capazes de hidrolisar a caseína após o crescimento a 30ºC e 37ºC por 16-18hs. Após 72 hs, todas as amostras apresentaram atividade hemolítica após 96hs de incubação em ambas as temperaturas. A maior atividade hemolítica foi verificada com o sangue de coelho; após 96hs, 61% e 98% das amostras apresentaram b-hemólise a 30ºC e 37ºC, respectivamente. Todas as amostras foram sensíveis ao sulfametoxazol-trimetoprim e resistentes à maioria dos antimicrobianos b-lactâmicos testados. Através do método de diluição em ágar, S. maltophilia mostrou uma alta sensibilidade à ticarcilina-ácido clavulânico e uma menor sensibilidade à ciprofloxacina do que pelo método de difusão em ágar. As amostras mostraram adesão às células HEp-2, ao plástico e ao vidro. A atividade proteolítica e adesão a superfícies inanimadas detectadas em S. maltophilia podem estar relacionadas à patogênese desta bactéria. A colonização de "dispositivos" médicos favorece o desenvolvimento de infecções hospitalares.
Stenotrophomonas maltophilia; proteases; elastase; hemolisinas; adesão; agentes microbianos