A circulação e o transporte de material particulado em suspensão no Estuário de Caravelas são pesquisados. Dados quase-sinóticos hidrográficos, de correntes (velocidade e transporte de volume com ADCP) e de material particulado em suspensão, foram medidos em intervalos horários durante um ciclo semidiurno de maré de sizígia, em duas seções transversais na Boca do Tomba e na Barra Velha e também em seções longitudinais na baixa-mar e na preamar. Na primeira transversal as correntes máximas de vazante (-1,50 m s-1) foram quase duas vezes mais intensas do que na seção transversal mais larga e rasa Barra Velha, (-0,80 m s-1) e as maiores velocidades das correntes de enchente foram de 0,75 m s-1 e 0,60 m s-1, respectivamente. Devido à grande intensidade das correntes de maré, nas duas seções transversais a salinidade apresentou-se fracamente estratificada, sendo classificadas com o Diagrama Estratificação-circulação do Tipo 2a (parcialmente misturada e fraca estratificação vertical) e do Tipo 1a (bem misturada). Os transportes de volume foram muito próximos, variando de -3.500 m³ s-1 a 3.100 m³ s-1, na vazante e na enchente, respectivamente, com um transporte de volume residual igual a -630 m³ s-1. A concentração do material particulado em suspensão (MPS) esteve fortemente relacionado à variação da maré, decrescendo estuário acima de 50 mg.L-1, na boca do estuário, para 10 mg.L-1 para distâncias de 9 km e 16 km nos experimentos na baixa-mar e preamar, respectivamente. O transporte residual de MPS foi estuário abaixo com uma taxa estimada em -18 ton por ciclo de maré.
Estuário de Caravelas; características hidrodinâmicas; transporte de volume e balanço de material particulado em suspensão