Comunidades de peixes sofrem grande variabilidade em escala espacial e temporal em conseqüência de vários fatores abióticos e bióticos. Este estudo foi realizado na zona de arrebentação em Arraial do Cabo (22º 58'S, 42º 01'W) e testada a hipótese de que a composição e a estrutura da ictiofauna difere de acordo com a variação de maré em três praias com características morfodinâmicas distintas. De setembro/2001 a agosto/2002 foram realizados três arrastos mensais em três pontos de cada praia nos períodos de maré baixa (N = 6) e alta (N = 6), através de uma rede do tipo picaré (beach seine) com 25 m de comprimento por 2,50 m de altura e malha de 10 mm. Na Praia Grande e Prainha, o número de espécies e indivíduos foi superior em maré baixa. Já a CPUE (grama) na Praia Grande e Prainha foi superior na maré alta, indicando um movimento de muitas espécies bentívoras e piscívoras para a zona entremarés em maré cheias, devido à maior disponibilidade de alimento. A estrutura da comunidade de peixes na zona de arrebentação, Praia Grande e Prainha diferiu em função da maré com relação à biomassa de peixes capturados, superior no período de maré alta, exceto na Praia dos Anjos (maré baixa) confirmando parcialmente a hipótese inicial. Já o número de indivíduos, a riqueza e a diversidade de espécies foi superior na maré baixa, diferente do proposto, reflexo da grande abundância de indivíduos juvenis.
Ictiofauna; Zona de arrebentação; Estrutura de comunidade; Variação de maré