A ecomorfologia e os hábitos alimentares de juvenis de Trachinotus carolinus e Menticirrhus littoralis capturados na zona de arrebentação de praias arenosas em Niterói, RJ, foram investigados entre julho de 2006 e Maio de 2007. Ambas as espécies diferem morfologicamente, mas apresentam semelhanças em sua dieta, sugerindo uma possível sobreposição alimentar. A importância dos itens alimentares foi avaliada utilizando o índice alimentar de Kawakami e Vazzoler. Variáveis morfométricas foram correlacionadas à dieta observada para diferentes classes de tamanho, para cada espécie. Um total de 210 peixes (Trachinotus carolinus - 122, Menticirrhus littoralis - 88), variando entre 24.2 mm e 112 mm de comprimento total, foram analisados, mas apenas 84.8% continham alimento. Trachinotus carolinus apresentou mysidáceos, poliquetas e Emerita spp. como os itens predominantes na dieta. Formicidae e Isopoda foram os itens mais importantes para a classe I de tamanho dos indivíduos, enquanto que mysidáceos e Emerita spp. foram importantes para as classes II e III. Indivíduos da classe I também apresentaram itens de menor tamanho (anfípodos e isópodos) bem como larvas de peixes clupeídeos na dieta. Emerita spp. dominou a alimentação de Menticirrhus littoralis, independentemente da classe de tamanho. Poliquetas, o segundo item mais importante, foi mais bem representado na classe II e III de tamanho dos indivíduos. As principais variáveis morfométricas correlacionadas com essas diferenças incluíram a posição da boca e o diâmetro do olho.
Dieta; zona de arrebentação; análise morfométrica; Carangidae; Sciaenidae