Os depósitos do Pleistoceno superior (±120 ka AP) afloram em diversas planícies costeiras ao longo do litoral brasileiro, incluindo as ocorrências no setor Norte do litoral do Estado de Santa Catarina, onde se encontra localizada a ilha de São Francisco do Sul. Os sedimentos do Pleistoceno superior, de origem marinho praial e lagunar na base e eólica no topo, representam típicas ilhas - barreiras confinadas às elevações do embasamento cristalino. Os depósitos afloram no setor central da ilha de São Francisco do Sul, próximos à linha de costa atingindo até 6 km de largura e altitudes variáveis de 12 a 17 m nas elevações e 10 a 12 m nas depressões. O contato geológico com as demais unidades da planície costeira é interdigitado e/ou brusco através de falésias bem definidas que alcançam até 4 m de desnível vertical. As formas dominantes dos depósitos são terraços de superfície plana a levemente ondulada, predominando grãos arenosos, finos a médios, selecionados, constituídos de quartzo e minerais pesados. Os depósitos foram formados em um nível marinho mais elevado que o atual (8±2m), entre 18 e 120 ka AP, durante a fase regressiva do máximo da transgressão/regressão Sangamoniana - Yarmoutiana, correlacionada ao período interglacial Riss/Wurm, correspondendo no Brasil à transgressão Cananéia (SP), Penúltima transgressão (BA) ou barreira III (RS).
Pleistoceno; Planície costeira; Geomorfologia; Paleogeografia