Dentro do atual contexto de redução nos estoques de peixes ligados à sobrepesca, e também à outros fenômenos tais como as mudanças climáticas, é indispensável implementar um plano de gestão durável para os recursos pesqueiros, conciliando sua exploração e conservação. Os recifes artificiais (RAs) tem surgido nos dias atuais como uma importante ferramenta de gestão, freqüentemente combinada à cotas de pesca ou áreas marinhas protegidas. Com a finalidade de avaliar a eficiência dos recifes artificiais, utilizou-se os seguintes métodos: i) censo visual direto através de mergulho autônomo com escafandro (na escala dos recifes artificiais); ii) monitoramento dos desembarques da pesca artesanal (na escala espacial local); e iii) marcações externas (em escala regional). As contagens realizadas através de mergulho mostraram que densidade e riqueza são significativamente mais elevadas nos recifes artificiais do que na área controle. A abundância, biomassa e os DPUE (Desembarques por unidade de esforço) provenientes do monitoramento dos desembarques da pesca artesanal, não foram significativamente diferentes entre as zonas de pesca do entorno dos recifes artificiais e as outras zonas de pesca da costa catalã francesa. Os resultados dos experimentos de marcação do sargo, Diplodus sargus, sugerem que a conectividade das populações de peixes demersais devem ser consideradas para avaliação das zonas de influência dos recifes artificiais e de seus impactos indiretos sobre a pesca artesanal. O presente estudo evidencia a oportunidade em combinar métodos que cubram diferentes escalas espaciais, a fim de avaliar os impactos diretos e indiretos dos RAs sobre a pesca artesanal. Os métodos para avaliar a eficiência dos recifes artificiais são também discutidos.
Recifes artificiais; Pesca artesanal; Censo visual por mergulho autônomo; Monitoramento de desembarques; Marcação visual