A zonação da macrofauna bentônica na praia do Cassino, Rio Grande do Sul, Brasil, foi estudada durante um ano (junho 2004 a maio de 2005) com base em coletas mensais. Para isso escolheu-se 3 locais, com 50 m de distância um do outro, sendo que em cada local foram fundeadas 3 transversais 2 m eqüidistantes. Cada transversal se estendeu desde a base das dunas primárias até aproximadamente 1m de profundidade no infralitoral, sendo 7 a 8 níveis de coleta distribuídos em cada uma das transversais. Mensalmente, utilizando-se um tubo extrator de 20 cm de diâmetro, coletou-se uma amostra biológica por transversal em cada nível, totalizando nove amostras por nível. A distância dos níveis de coleta em cada transversal foi de 20 m até o limite superior da zona de varrido, a partir da qual a distância foi de 10 m. A zonação mostrou-se variável ao longo do ano, sendo que esta variabilidade refletiu, principalmente, a maior instabilidade da zona inferior da praia, que compreendeu o mesolitoral inferior e a zona de arrebentação interna. Isto ficou evidenciado sazonalmente, com a formação de distintos grupos faunísticos de acordo com a peculiaridade de cada estação do ano. A formação destes grupos foi fortemente influenciada pelas flutuações das densidades, decorrentes dos recrutamentos e migrações de juvenis e adultos da infauna, e da sobreposição da distribuição dos organismos, em função da elevação do nível da água devido às ressacas.
Praias arenosas; Macrofauna bentônica; Zonação; Praia do Cassino