Mudanças na produtividade e circulação oceânica da margem continental Brasileira foram reconstituídas a partir de análises sedimentológicas e microfaunísticas realizadas em sedimentos de um testemunho representativo dos últimos 27 000 anos. Nossos dados sugerem maior produtividade oceânica e suprimento de sedimento terrígeno na área de estudo no Último Máximo Glacial (UMG) do que no Holoceno. Estas mudanças foram principalmente influenciadas por flutuações do nível relativo do mar. Durante o UMG, num cenário de nível relativo do mar mais baixo, a maior produtividade oceânica e menor temperatura da superfície do mar, podem ter sido produtos do deslocamento para o largo da Corrente do Brasil. No Holoceno, o deslocamento para a costa das águas quentes da Corrente do Brasil contribuiu para o aumento na temperatura da água e menor produtividade oceânica. A diminuição do aporte de sedimentos terrígenos desde o UMG pode estar relacionado ao aumento da extensão da plataforma continental e/ou a condições climáticas mais secas no continente.
Foraminiferos; Corrente do Brasil; Quaternário Tardio; Atlântico Sudoeste