INTRODUÇÃO:
Pacientes com carcinoma epidermoide de cavidade oral mostram déficits em sua imunidade celular, que contribuem para o crescimento neoplásico. Assim, a atividade inflamatória, como resposta imunológica ao tumor, pode servir como fator prognóstico.
OBJETIVOS:
Avaliar a correlação entre o processo inflamatório peritumoral com as características clínicas dos pacientes, com a sobrevida e com o tempo livre de doença.
MÉTODO:
A amostra deste estudo foi composta por uma coorte retrospectiva de base hospitalar com pacientes submetidos à cirurgia para remoção de carcinoma epidermoide de cavidade oral. O infiltrado inflamatório presente nas lâminas foi avaliado semi quantitativamente, sendo dividido em processo inflamatório: menor e maior.
RESULTADOS:
Analisaram-se 57 amostras tumorais, com infiltrado de linfócitos, plasmócitos e histiócitos. O teste log-rank não mostrou significância para as curvas de sobrevida e de recidiva dos processos "inflamatório menor" e "inflamatório maior", p = 0,14 e p = 0,24, respectivamente. Observou-se associação direta da idade com o processo inflamatório (p = 0,04), e relação indireta entre o grau de diferenciação tumoral e o processo inflamatório (p = 0,01).
CONCLUSÃO:
O processo inflamatório peritumoral, embora relacionado com a diferenciação histológica, não pode ser considerado fator prognóstico de carcinoma epidermoide de cavidade oral, pois não se relaciona com sobrevida e tempo livre da doença.
Carcinoma de células escamosas; Neoplasias bucais; Sobrevida; Prognóstico