Resumo
Introdução: A eletrococleografia surgiu recentemente como uma ferramenta diagnóstica na cirurgia de implante coclear, objetiva a preservação da audição e o posicionamento ideal dos eletrodos.
Objetivo: Determinar as alterações eletrofisiológicas indicativas de trauma coclear após a cocleostomia e após o implante do eletrodo em diferentes profundidades de inserção.
Método: Neste estudo experimental, potenciais extracocleares foram obtidos durante a cirurgia de implante coclear em cobaias. Cobaias com audição normal (n = 14) foram implantadas uni- ou bilateralmente com eletrodo multicanal. Os potenciais de ação do nervo coclear extracoclear foram obtidos em resposta a estímulos acústicos em frequências específicas antes e após a cocleostomia e após a introdução do feixe de eletrodos. Após os experimentos eletrofisiológicos, as cobaias foram submetidas à eutanásia e a microtomografia foi feita para determinar a posição do eletrodo e calcular a profundidade de inserção. Com base nas mudanças de amplitude e limiares em relação à frequência do estímulo, os dados eletrofisiológicos e a posição obtida na reconstrução microtomográfica foram comparados.
Resultados: A cocleostomia promoveu um pequeno impacto eletrofisiológico, enquanto a inserção do eletrodo causou alterações na amplitude dos potenciais eletrofisiológicos extra-cocleares em uma ampla faixa de frequências, especialmente nas inserções mais profundas. Houve, entretanto, preservação da resposta elétrica aos estímulos de baixa frequência na maioria dos casos, indicou um impacto auditivo limitado na avaliação intraoperatória. A profundidade média de inserção dos eletrodos apicais foi 5339,56 μm (± 306,45 - 6 contatos inseridos) e 4447,75 μm (± 290,23 - 5 contatos inseridos).
Conclusão: As principais alterações eletrofisiológicas observadas durante os procedimentos cirúrgicos ocorreram durante o implante do eletrodo, especialmente nas inserções mais profundas, enquanto a cocleostomia alterou os potenciais em menor grau. Embora a perda auditiva seja frequentemente observada em posição apical ao implante coclear, foi possível preservar as baixas frequências após a inserção.
PALAVRAS-CHAVE Implante coclear; Preservação auditiva; Cobaias