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Efeitos multidimensionais da terapia vocal em pacientes com paralisia unilateral daprega vocal por câncer Como citar este artigo: Barcelos CB, Silveira PA, Guedes RL, Gonçalves AN, Slobodticov LD, Angelis EC. Multidimensional effects of voice therapy in patients affected by unilateral vocal fold paralysis due to cancer. Braz J Otorhinolaryngol. 2018;84:620-29.

Resumo

Introdução:

Pacientes com paralisia unilateral de prega vocal podem apresentar diferentes graus de distúrbios da voz, dependendo da posição da prega vocal paralisada. A compreensão da eficácia da terapia vocal nesta população pode ser um coeficiente importante para definir a abordagem terapêutica.

Objetivo:

Avaliar a eficácia da terapia vocal em curto, médio e longo prazos em pacientes com paralisia unilateral de prega vocal e determinar os fatores de risco para falha na reabilitação da voz.

Método:

Estudo prospectivo, no qual 61 pacientes com paralisia unilateral de prega vocal foram recrutados. Cada participante foi submetido a terapia vocal com um fonoaudiólogo experiente duas vezes por semana. Um protocolo de avaliação multidimensional foi utilizado no pré-tratamento e em três momentos após o início da terapia da voz: curto prazo (1-3 meses), médio prazo (4-6 meses) e longo prazo (12 meses); incluiu videoendoscopia, tempo máximo de fonação, escala GRBASI, análise de voz acústica e a versão em português do Voice Handicap Index.

Resultados:

Os dados comparativos temporais das avaliações revelaram diferenças estatisticamente significativas, exceto entre médio e longo prazo (p < 0,005). Os dados sugerem que há melhora vocal ao longo do tempo com resultados de estabilização após seis meses (médio prazo). Dos 28 pacientes com paralisia unilateral permanente da prega vocal, 18 (69,2%) atingiram o fechamento glótico completo após a terapia vocal (p = 0,001). O método de regressão logística indicou que o Jitter entrou no modelo final como um fator de risco para melhora parcial. Para cada unidade de aumento de Jitter, houve um aumento de 0,1% (1,001) da chance de melhora parcial, o que significa um aumento na chance de não ocorrer melhora completa durante a reabilitação.

Conclusão:

A reabilitação vocal melhora os parâmetros de voz perceptiva e acústica e o índice de incapacidade vocal, além de favorecer o fechamento glótico em pacientes com paralisia unilateral da prega vocal. Além disso, os resultados também foram permanentes durante o período de um ano. O valor de Jitter, quando elevado, é um fator de risco para sucesso parcial da terapia vocal.

PALAVRAS-CHAVE
Distúrbios vocais; Paralisia das pregas vocais; Terapia da voz; Reabilitação

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