Acessibilidade / Reportar erro

Papiloma invertido nasossinusal: taxa de recorrência e transformação maligna em 44 pacientes operados Como citar este artigo: Sbrana MF, Borges RF, Pinna FR, Brandão Neto D, Voegels RL. Sinonasal inverted papilloma: rate of recurrence and malignant transformation in 44 operated patients. Braz J Otorhinolaryngol. 2021;87:80-4.

Resumo

Introdução:

Embora os papilomas invertidos nasossinusais sejam lesões benignas, eles são localmente agressivos e apresentam uma potencial transformação maligna que varia de 5% a 15%, com alta taxa de recorrência.

Objetivo:

Descrever a taxa de recorrência e transformação maligna em pacientes com diagnóstico de papiloma invertido submetidos à cirurgia em um hospital terciário em São Paulo.

Método:

Análise retrospectiva dos pacientes diagnosticados com papiloma nasossinusal submetidos a cirurgia em um hospital terciário em São Paulo, entre agosto de 1998 e agosto de 2017. Uma revisão de prontuários dos pacientes foi realizada para avaliar dados demográficos, características dos tumores, consultas de seguimento, recorrência e malignidade. Os papilomas invertidos foram analisados e classificados de acordo com o sistema de estadiamento de Krouse.

Resultados:

Foram realizadas 69 cirurgias em pacientes com diagnóstico de papiloma nasossinusal. O papiloma invertido foi o subtipo mais prevalente (49 casos - 80,33%), seguido pelo papiloma exofítico (6 casos - 9,84%) e pelo papiloma oncocítico (6 casos - 9,84%). A taxa de recidiva foi de 34,09% para o papiloma invertido (15/44) e o tempo médio de recorrência foi de 24,6 meses. Transformação maligna ocorreu em seis pacientes (13,64%); três desses pacientes apresentaram carcinoma na primeira cirurgia e três pacientes desenvolveram carcinoma durante o seguimento.

Conclusão:

A alta taxa de recorrência e o potencial de malignidade nos permitem considerar os papilomas invertidos como tumores agressivos. Em um hospital terciário de São Paulo, a taxa de recorrência foi de 34,09% e o tempo médio de recorrência de 24,6 meses. A recorrência após 10 anos implica na necessidade de acompanhamento a longo prazo. É possível que a alta taxa de recorrência e a alta taxa de transformação maligna que encontramos sejam devidas à grande extensão dos tumores (a maioria deles nos estágios T3 e T4), decorrente do acesso precário ao sistema de saúde nos países em desenvolvimento.

PALAVRAS-CHAVE
Papiloma; Seios paranasais; Neoplasias benignas; Malignidade; Recorrência

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Sede da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, Av. Indianópolia, 1287, 04063-002 São Paulo/SP Brasil, Tel.: (0xx11) 5053-7500, Fax: (0xx11) 5053-7512 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@aborlccf.org.br