Introdução:
As neoplasias malignas de cavidade oral possuem alta taxa de mortalidade. Por essa razão, existem diversas campanhas de prevenção do câncer bucal, visando orientar a população e diagnosticar lesões em estágio precoce. Contudo, vários estudos contestam a validade dessas iniciativas, uma vez que o público alvo atingido pode não representar o verdadeiro grupo de risco.
Objetivo:
Descrever o perfil dos pacientes que procuraram a campanha de prevenção, identificar a presença de lesões orais e comparar os dados com o perfil epidemiológico de pacientes portadores de câncer bucal.
Método:
Coorte histórica transversal. Foram levantados os dados epidemiológicos da campanha "Abra a boca para a saúde" dos anos de 2008 a 2013.
Resultados:
Nos anos avaliados, 11965 pessoas foram atendidas e 859 lesões diagnosticadas, todas benignas. A predominância foi do sexo feminino (52,7%), com média de idade de 44 anos (± 15,4 anos), 26% eram tabagistas e 29% relatavam uso de álcool. Sabe-se que o grupo de risco corresponde a homens, entre 60 e 70 anos, tabagistas e etilistas.
Conclusão:
A população que procura a campanha não é o principal grupo de risco para a doença, fato que explica o baixo número de lesões detectadas e nenhum câncer.
Neoplasias bucais; Neoplasias de cabeça e pescoço; Promoção da saúde; Epidemiologia e bioestatística