Resumo
Introdução:
O tratamento cirúrgico da perfuração do septo nasal de médio e grande porte ainda é um desafio. Várias técnicas são usadas, com e sem enxertos de interposição.
Objetivo:
Descrever o uso da técnica de enxerto sanduíche que usamos nas perfurações de septo nasal de médio e grande porte e apresentar os resultados.
Método:
Revisamos retrospectivamente os prontuários de pacientes que foram operados com a técnica de enxerto sanduíche entre janeiro de 2014 e dezembro de 2018, com acompanhamento por pelo menos seis meses. Os dados demográficos, escores de sintomas, exames e achados cirúrgicos dos pacientes foram extraídos dos registros hospitalares. Os resultados cirúrgicos foram apresentados de acordo com as etiologias (idiopática ou iatrogênica) e os tamanhos da perfuração (Grupo A: < 2cm, Grupo B: >2cm).
Resultados:
Revisamos 52 casos e 56 cirurgias. O diâmetro médio das perfurações foi de 19,2 mm. A taxa de sucesso após as cirurgias iniciais foi de 84,6% (44/52). Após quatro cirurgias de revisão, a perfuração foi fechada em 88,5% dos casos (46/52). As taxas de sucesso para os Grupos A e B foram, respectivamente, 90,0% e 86,4% (p = 0,689). As taxas de sucesso nos casos idiopáticos e iatrogênicos foram, respectivamente, 93,3% e 86,5% (p = 0,659).
Conclusão:
Este estudo mostrou que a taxa de sucesso da técnica de enxerto sanduíche foi maior nas perfurações de médio porte do que nas de grande porte e nas perfurações idiopáticas do que nas iatrogênicas, mas sem significância estatística. Esse dado demonstrou que o tamanho da perfuração não foi tão importante na técnica de enxerto sanduíche quanto nas técnicas com uso de retalho.
Palavras-chave
Enxerto de interposição; Perfuração do septo nasal; Septo nasal; Técnica sanduíche; Reparo de perfuração septal