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Impacto do status da margem de ressecção e microcirurgia transoral a laser de revisão no câncer glótico inicial: análise da preservação do órgão e controle local da doença em uma coorte de 153 pacientes Como citar este artigo: Saraniti C, Montana F, Chianetta E, Greco G, Verro B. Impact of resection margin status and revision transoral laser microsurgery in early glottic cancer: analysis of organ preservation and local disease control on a cohort of 153 patients. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:669-74.

Resumo

Introdução

A microcirurgia transoral a laser representa o tratamento de escolha para o câncer glótico inicial. Seu uso e sua eficácia estão relacionados principalmente à exposição laríngea e à profundidade da extensão do tumor. A avaliação histopatológica da margem cirúrgica representa uma das principais questões sobre a microcirurgia a laser transoral e excisão oncológica completa.

Objetivo

Analisar o impacto da cirurgia de revisão na preservação de órgãos e controle local da doença em pacientes com câncer glótico inicial tratados por microcirurgia a laser transoral.

Método

Fizemos um estudo retrospectivo em uma coorte de 153 pacientes com câncer glótico inicial (Tis, T1, T2) tratados por microcirurgia transoral a laser. As margens de ressecção foram classificadas da seguinte forma: livre, se a distância margem macroscópica-tumor fosse de pelo menos 2 mm; próxima, se fosse menor do que 2 mm; e positiva se a margem fosse afetada pelo carcinoma. Assim, os pacientes foram divididos em dois grupos: com margens de ressecção livres (grupo A) e com margens de ressecção positivas, próximas ou não avaliáveis (grupo B). O grupo A (36) foi submetido a seguimento periódico. O grupo B (117) foi submetido a uma cirurgia de revisão com laser de CO2 2 meses após a cirurgia. Quinze pacientes do grupo A com suspeita de persistência do carcinoma durante o seguimento foram submetidos a uma segunda ressecção a laser após um intervalo de 4 a 8 meses após a primeira cirurgia. A sobrevida global, a sobrevida livre de doença, a sobrevida doença-específica, o controle local final com laser isolado e as taxas de preservação de órgãos foram estimados.

Resultados

A taxa de sobrevida global em cinco anos e a sobrevida doença-específica em 5 anos foi de 100% em ambos os grupos. A taxa de preservação laríngea em cinco anos foi de 100% no grupo A e 95,2% no grupo B. A sobrevida livre de doença em cinco anos foi de 92,15% e o controle local final em 5 anos com laser isolado em 92,15% dos pacientes.

Conclusões

A revisão da microcirurgia transoral a laser é capaz de confirmar a radicalidade oncológica na maioria dos casos, mesmo em caso de margens positivas, próximas ou não avaliáveis. Considerando nossos resultados, de acordo com a nossa experiência, a cirurgia de revisão (second look) com laser de CO2 é uma estratégia terapêutica a ser pensada mesmo no caso de margens próximas ou não avaliáveis, bem como em margens positivas.

Palavras-chave
Câncer de laringe; Carcinoma espinocelular; Cirurgia a laser

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