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Desordens respiratórias do sono, obstrução nasal e enurese em crianças com sequência de Pierre Robin não sindrômica Como citar este artigo: Banhara FL, Trindade IE, Trindade‐Suedam IK, Fernandes MB, Trindade SH. Respiratory sleep disorders, nasal obstruction and enuresis in children with non‐syndromic Pierre Robin sequence. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:S133-S141.

DESTAQUES

Observou‐se correlação entre presença de obstrução nasal e sintomas de apneia obstrutiva do sono.

As prevalências de sonolência excessiva diurna, obstrução nasal e enurese não diferiram das encontradas na população pediátrica geral.

História familiar de enurese, menor idade e escore positivo na escala “sistema de escore de disfunção miccional” foram associados a maior prevalência de enurese.

Presença de sequência de Pierre Robin não sindrômica, sintomas de apneia obstrutiva do sono e obstrução nasal não constituíram fatores de risco para a ocorrência de enurese na população estudada.

Resumo

Introdução

A apneia obstrutiva do sono apresenta elevada prevalência na população com sequência de Pierre Robin não sindrômica. Estudos constataram provável relação entre apneia obstrutiva do sono e obstrução nasal e entre apneia obstrutiva do sono e enurese, é escassa a avaliação da relação entre essas variáveis na sequência de Pierre Robin não sindrômica.

Objetivo

Avaliar a relação entre sintomas de apneia obstrutiva do sono, obstrução nasal e enurese, determinar a prevalência de sintomas sugestivos dessas condições, em crianças em idade escolar com sequência de Pierre Robin não sindrômica, assim como descrever a prevalência de sonolência excessiva diurna, ronco habitual e sintomas de disfunção miccional associados à enurese.

Método

Estudo prospectivo transversal analítico desenvolvido em centro de referência. Fez‐se aferição antropométrica e entrevista clínica estruturada em amostra de 48 pacientes. Os instrumentos usados foram: “escala de distúrbios do sono em crianças”, questionário “índice de congestão nasal” (CQ‐5) e questionário “sistema de escore de disfunção miccional”. A análise estatística foi feita para p < 0,05.

Resultados

Escores positivos da “escala de distúrbios do sono em crianças” para apneia obstrutiva do sono e do CQ‐5 para obstrução nasal foram observados em 38,78% e 16,33%; respectivamente. Enurese foi relatada em 16,33% das crianças e foi caracterizada como primária em 71,43% e polissintomática em 55,55%; conforme “sistema de escore de disfunção miccional”. Observou‐se relação significante entre obstrução nasal e sintomas de apneia obstrutiva do sono (p < 0,05), porém não significante entre sintomas de apneia obstrutiva do sono e enurese, e obstrução nasal e enurese. A prevalência de sonolência excessiva diurna foi de 12,24% e de ronco habitual, de 48,98%. História familiar de enurese, menor idade em anos e escore positivo na “sistema de escore de disfunção miccional” foram associados a maior prevalência de enurese (p < 0,05).

Conclusão

Crianças com sequência de Pierre Robin não sindrômica estão sob alto risco para sintomas de apneia obstrutiva do sono e ronco habitual, foi observada correlação entre obstrução nasal e sintomas de apneia obstrutiva do sono. Demonstrou‐se, também, que sequência de Pierre Robin não sindrômica, sintomas de apneia obstrutiva do sono e obstrução nasal não constituíram fator de risco para enurese na população estudada.

Palavras‐chave
Apneia obstrutiva do sono; Obstrução nasal; Enurese; Síndrome de Pierre Robin

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