Acessibilidade / Reportar erro

Avaliação dos resultados do teste da marcha de Fukuda no prognóstico da vertigem posicional paroxística benigna Como citar este artigo: Taylan Cebi I, Karatas A. The assessment of fukuda steppıng test results ın prognosıs of benıgn paroxysmal postural vertıgo. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:S142-S146.

DESTAQUES

Os pacientes obtêm alívio dos sintomas da vertigem postural paroxística benigna após as manobras de reposicionamento canicular. Entretanto, alguns podem ser resistentes.

A necessidade de múltiplas manobras é maior em pacientes com teste de marcha de Fukuda positivo.

A recorrência é menor em pacientes com teste de marcha de Fukuda negativo.

Os resultados positivos do teste de marcha de Fukuda indicam mau prognóstico, necessidade de múltiplas manobras de reposicionamento canalicular e maior possibilidade de recorrências.

O teste de marcha de Fukuda é valioso à beira do leito para prever o prognóstico de vertigem postural paroxística benigna.

Resumo

Introdução

A vertigem posicional paroxística benigna com origem no sistema vestibular periférico é caracterizada por breves crises de vertigem desencadeadas pelo movimento súbito da cabeça. Geralmente, a disfunção vestibular na vertigem posicional paroxística benigna é unilateral. O teste da marcha de Fukuda, útil no diagnóstico de disfunção vestibular unilateral, também pode ser valioso para prever o prognóstico da vertigem posicional paroxística benigna.

Objetivo

Avaliar a relevância dos resultados do teste da marcha de Fukuda em casos de vertigem posicional paroxística benigna resistente e/ou recorrente.

Método

Avaliamos 62 pacientes com vertigem posicional paroxística benigna unilateral idiopática dos canais posterior e/ou lateral. O teste da marcha de Fukuda foi feito antes dos testes de Dix‐Hallpike e head‐roll (giro da cabeça). Dois grupos foram criados de acordo com os resultados do teste de Fukuda. No Grupo 1, os resultados do teste de Fukuda foram positivos com um ângulo de desvio > 45°, enquanto no Grupo 2 os resultados foram negativos sem desvio aparente. Dois grupos foram comparados pelo número de manobras de reposicionamento canalicular feitas e pela frequência de recorrências.

Resultados

Observamos que o teste de Fukuda é inestimável no diagnóstico de vertigem posicional paroxística benigna, pois a relação entre a positividade e a negatividade do teste de Fukuda foi semelhante nos pacientes com vertigem posicional paroxística benigna. No entanto, a necessidade de múltiplas manobras de reposicionamento canicular foi significantemente maior no Grupo 1 (p = 0,0103). Além disso, a frequência de recorrência encontrada foi significantemente menor no Grupo 2 (p = 0,0441).

Conclusão

Embora a sensibilidade do teste de Fukuda para detectar disfunção vestibular unilateral leve/moderada seja baixa, o teste pode ser valioso na previsão do prognóstico de vertigem posicional paroxística benigna. Sugerimos que os resultados positivos do teste da marcha de Fukuda em pacientes com vertigem posicional paroxística benigna indicam mau prognóstico, necessidade de múltiplas manobras de reposicionamento canicular e maior possibilidade de recorrências.

Palavras‐chave
Vertigem intratável; Teste da marcha de Fukuda; Unterberger; Disfunção vestibular unilateral

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Sede da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, Av. Indianópolia, 1287, 04063-002 São Paulo/SP Brasil, Tel.: (0xx11) 5053-7500, Fax: (0xx11) 5053-7512 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@aborlccf.org.br