Resumo
Introdução
Existem evidências de que o trauma ocasionado pelo ronco na faringe poderia ocasionar disfagia em pacientes com apneia obstrutiva do sono, mas a literatura ainda é escassa para definir quais seriam os fatores associados à presença da disfagia nesses pacientes.
Objetivo
Avaliar a ocorrência de disfagia e seu perfil clínico e polissonográfico em pacientes com apneia obstrutiva do sono moderada e grave, além de verificar o impacto da disfagia na qualidade de vida desses pacientes.
Método
Foram selecionados 70 pacientes com apneia moderada ou grave (índice de apneia e hipopneia - IAH > 15 hora). Os pacientes foram submetidos a questionário de sono, qualidade de vida em disfagia e videoendoscopia da deglutição.
Resultados
Foram incluídos no estudo 70 pacientes, 49 do sexo masculino (70%), com média de 48,9 anos. A videoendoscopia da deglutição apresentou alteração em 27,3% dos pacientes. A alteração mais encontrada foi o escape oral precoce com líquido. Quando comparados os grupos com e sem disfagia, o sexo feminino foi o único parâmetro clínico que mostrou tendência à significância no grupo com disfagia (p = 0,069). Não houve diferença estatística quanto aos achados polissonográficos e quanto ao escore global da qualidade de vida em disfagia na comparação entre os grupos.
Conclusão
A presença de disfagia em pacientes com apneia moderada a grave é frequente e subclínica, reforça a necessidade de investigação desse sintoma nesse grupo de pacientes. Porém, a presença de disfagia não mostrou pioria na qualidade de vida dos pacientes, sugeriu que, apesar de frequente, sua repercussão é leve. Não houve relevância na associação dos parâmetros clínicos, polissonográficos com a presença de disfagia.
Palavras-chave
Distúrbios da deglutição; Apneia obstrutiva do sono; Disfagia