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Tratamento profilático da migrânea vestibular Como citar este artigo: Salmito MC, Duarte JA, Morganti LO, Brandão PV, Nakao BH, Villa TR, et al. Prophylactic treatment of vestibular migraine. Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83:404-10.

Resumo

Introdução:

A migrânea vestibular (MV) é aceita atualmente como uma causa comum de vertigem episódica. O tratamento da MV envolve duas situações: as crises de sintomas vestibulares e o período intercrise. Para esse último, pode-se usar algum método de profilaxia. A recomendação atual é que se usem os mesmos medicamentos profiláticos usados para a enxaqueca, o que inclui os β-bloqueadores, antidepressivos e anticonvulsivantes. A recente definição diagnóstica da migrânea vestibular torna escasso o número de estudos sobre seu tratamento.

Objetivo:

Avaliar a eficácia do tratamento profilático usado em pacientes em um ambulatório de MV.

Método:

Revisão de prontuários de pacientes com MV pelos critérios da Bárány Society/International Headeache Society de 2012. Foram pesquisados os medicamentos usados e resposta ao tratamento obtida através da escala visual analógica (EVA) para tontura e cefaleia. Foram comparados os escores da EVA pré e pós-tratamento (a melhoria foi avaliada em conjunto e individualmente por droga usada). Também foram pesquisadas relações com subgrupos clínicos dos pacientes.

Resultados:

De 88 prontuários estudados, 47 foram elegíveis. Incluíram-se os pacientes que preenchiam os critérios diagnósticos para MV, foram excluídos os prontuários ilegíveis e aqueles de pacientes com outro distúrbio causador de tontura e/ou cefaleia que não preenchiam critérios de 2012 para MV. Apresentaram melhoria com a profilaxia 80,9% dos pacientes (p < 0,001). Amitriptilina, flunarizina, propranolol e topiramato apresentaram melhoria para sintomas vestibulares (p < 0,001) e para cefaleia (p < 0,015). Os quatro medicamentos foram eficazes de forma estatisticamente significante. Houve relação estatística positiva entre tempo de sintoma vestibular e melhoria clínica. Não houve benefício adicional para hipertensos que usaram anti-hipertensivos como profilaxia ou para os deprimidos que usaram antidepressivos em relação ao uso dos outros profiláticos. A associação de medicamentos não mostrou resultados estatisticamente significantes do uso de um medicamento isolado.

Conclusões:

Os medicamentos profiláticos usados para MV melhoram os sintomas dessa doença, porém não há diferença estatisticamente significante entre as respostas dos medicamentos profiláticos. O tempo de sintoma vestibular parece aumentar a melhoria obtida com o tratamento profilático.

PALAVRAS-CHAVE
Tontura; Vertigem; Enxaqueca; Profilaxia; Tratamento

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