Acessibilidade / Reportar erro

Muitas condições podem afetar o volume plaquetário médio e a relação neutrófilos/linfócitos Como citar este artigo: Bedel C, Korkut M. Many conditions may affect mean platelet volume and neutrophil to lymphocyte ratio. Braz J Otorhinolaryngol. 2021;87:122.

Prezado Editor,

Lemos com grande interesse o artigo “Volume plaquetário médio e relação neutrófilos/linfócitos em pacientes com zumbido: estudo de caso-controle”, de Yıldız et al.11 Yildiz S, Karaca H, Toros SZ. Mean platelet volume and neutrophil to lymphocyte ratio in patients with tinnitus: a case-control study. Braz J Otorhinolaryngol. 2020, http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2020.05.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2020.0...
O estudo é interessante; entretanto, gostaríamos de fazer alguns comentários.

A técnica usada para medir o volume plaquetário médio (VPM) não é especificada nesse estudo. Sabe-se que variáveis como o uso de anticoagulante e o tempo entre a coleta de sangue e a medida afetam significativamente a mensuração do VPM.22 Noris P, Melazzini F, Balduini CL. New roles for mean platelet volume measurement in the clinical practice?. Platelets. 2016;27:607-12. Muitos fatores como idade, sexo, diabetes, obesidade, hipertensão, síndrome metabólica e até mesmo o uso de alguns anti-hipertensivos afetam o VPM.33 Beyan C, Beyan E. Were the measurements standardized sufficiently in published studies about mean platelet volume?. Blood Coagul Fibrinolysis. 2017;28:234-6. A existência dessas condições certamente confundiria os resultados e deveriam ter sido excluídas da população do estudo.

A relação neutrófilos/linfócitos (RNL) tem sido investigada na patogênese e no prognóstico de muitas doenças e muitos estudos na literatura encontraram resultados valiosos. Estudos têm mostrado que muitos fatores, como hipertensão, diabetes mellitus, síndrome metabólica, síndromes coronárias agudas, testes anormais de função tireoidiana, disfunção renal ou hepática, malignidade conhecida, infecção sistêmica e uso de drogas que podem afetar os parâmetros hematológicos afetam o valor da RNL.44 Bedel C, Selvi F. Association of platelet to lymphocyte and neutrophil to lymphocyte ratios with in-hospital mortality in patients with type A acute aortic dissection. Braz J Cardiovasc Surg. 2020;34:694-8.,55 Angkananard T, Anothaisintawee T, McEvoy M, Attia J, Thakkinstian A. Neutrophil lymphocyte ratio and cardiovascular disease risk: a systematic review and meta-analysis. Biomed Res Int. 2018;2018:2703518. Por essas razões, teria sido melhor se os autores tivessem mencionado esses fatores.

Consequentemente, a RNL e o VPM podem ser afetados por muitos fatores; o uso clínico de rotina desses parâmetros pode ainda não ser considerado apropriado.

References

  • 1
    Yildiz S, Karaca H, Toros SZ. Mean platelet volume and neutrophil to lymphocyte ratio in patients with tinnitus: a case-control study. Braz J Otorhinolaryngol. 2020, http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2020.05.006
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2020.05.006
  • 2
    Noris P, Melazzini F, Balduini CL. New roles for mean platelet volume measurement in the clinical practice?. Platelets. 2016;27:607-12.
  • 3
    Beyan C, Beyan E. Were the measurements standardized sufficiently in published studies about mean platelet volume?. Blood Coagul Fibrinolysis. 2017;28:234-6.
  • 4
    Bedel C, Selvi F. Association of platelet to lymphocyte and neutrophil to lymphocyte ratios with in-hospital mortality in patients with type A acute aortic dissection. Braz J Cardiovasc Surg. 2020;34:694-8.
  • 5
    Angkananard T, Anothaisintawee T, McEvoy M, Attia J, Thakkinstian A. Neutrophil lymphocyte ratio and cardiovascular disease risk: a systematic review and meta-analysis. Biomed Res Int. 2018;2018:2703518.
  • Como citar este artigo: Bedel C, Korkut M. Many conditions may affect mean platelet volume and neutrophil to lymphocyte ratio. Braz J Otorhinolaryngol. 2021;87:122.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Mar 2021
  • Data do Fascículo
    Jan-Feb 2021
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Sede da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, Av. Indianópolia, 1287, 04063-002 São Paulo/SP Brasil, Tel.: (0xx11) 5053-7500, Fax: (0xx11) 5053-7512 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@aborlccf.org.br